A Ford modernizou o Mustang que trouxe para a Europa, pela primeira vez, há três anos. Há alterações na imagem, no chassis e nos motores e se nenhuma delas é radical, há diferenças mais do que evidentes., a começar com o equipamento de segurança que passa a incluir o sistema de travagem de emergência com detecção de piões, alerta para ultrapassagem da faixa de rodagem, cruise-control activo, etc.
HABITÁCULO. No interior a Ford procurou garantir uma imagem, qualidade e equipamentos mais "à medida" das exigências do mercado europeu. Há uma pequena evolução na qualidade dos plásticos, mais agradáveis ao toque no tablier, mas os comandos da inclinação dos bancos continuam a ter uma qualidade sofrível.
Há vários "Packs" de equipamento com preços que vão dos 2.643 € aos 3.151 € e incluem detalhes em alumínio nas portas, elementos em alcantara nos forros e nos banco de série, aplicações em carbono (1.067 €) ou bancos Recaro (2.084 €) em couro com cores específicas (negro, azul ou vermelho).
O ecrã central continua a ter oito polegadas mas o sistema de controlo foi evoluído e passou a contar com comando por voz (SYNC3) compatível com os sistemas Android e Apple Car Play (1.321 €). O painel de instrumentos é um ecrã digital de 12,3 polegadas onde o grafismo e as informações variam de acordo com o modo de condução seleccionado ou a decisão do condutor.
CHASSIS. Para aumentar a rigidez estrutural a Ford adoptou uma nova barra transversal traseira e barra estabilizadoras mais grossas. A regulação dos amortecedores de série foi alterada para potenciar a dinâmica de condução e, em opção, está disponível um sistema adaptativo magnético (2.236 €), que até aqui apenas estava disponível no mercado americano em versões tão radicais como o Shelby GT350.
MOTORES. O Mustang continua a estar disponível com um bloco EcoBoost de quatro cilindros com 2,3 litros de cilindrada e o V8 ("da verdade") de 5.0 litros. Mas se o 5.0V8 viu a potência passar de 421 para 450 cv o 2.3 perdeu 26 cv (de 312 para 286 cv) para cumprir com as normas Euro 6.2 que regulam a emissão de poluentes.
Para além dos modos de condução já existentes, que influenciam o controlo de estabilidade, resposta da direcção e do acelerador e a rapidez da caixa de velocidades automática, de acordo com os modos "normal", "sport" e "race", a Ford passou a disponibilizar as opções "Drag Strip", para potenciar arranques violentos, o "My Mode", que permite personalizar a gosto, os diversos parâmetros e até o tipo de informações no painel de instrumentos, incluindo ainda a "track Apps", capaz de queimar pneus no arranque e oferecer funções de cronómetro em pista.
AO VOLANTE. Quando se olha para a oferta Mustang é bem evidente a diferença entre o EcoBoost 2.3 de 268 cv e o imponente 5.0 V8 de 450 cv. Por um lado são 182 cv e se isso já é um exagero, por outro lado surge a aberração de 40.407 € de diferença entre as duas propostas mais baratas de cada versão. O V8 paga a loucura de 58.442 € de impostos…
Mas, desculpem lá qualquer coisinha: o 5.0 V8 é a "sorte grande" e o 2.3 EcoBoost, a "aproximação" à taluda do prazer da condução. Pode chegar aos 100 km/h em 4,6 segundos, antes de atingir os 249 km/h, mas há muito mais…
A elasticidade do motor 5.0 V8 é muito mais surpreendente do que os seus 450 cv. A potência está sempre presente quando se pisa o acelerador com determinação. É certo que a nova caixa automática de 10 velocidades tem velocidades a mais e em modo totalmente automático anda para cima e para baixo à procura do melhor regime, mas controlada com as patilhas sob o volante é mais eficaz.
O condutor pode evitar que ela vá buscar as relações mais elevadas para reduzir o consumo e manter ritmos de condução muito vivos. Foi o que fizemos e por isso o nosso consumo saltou para os 18,4 litros/100 km. Neste contacto não tivemos oportunidade de comparar esta nova proposta com a caixa manual de seis velocidades e foi pena…
Nas estradas sinuosas dos Alpes Marítimos, na região de Nice tudo se passa muito depressa e se a nova direcção com assistência eléctrica é eficaz, gostávamos que ela fosse um pouco mais directa e menos assistida. Mas os desportivos americanos são assim. Os travões Brembo nunca acusaram perdas de eficácia com o aquecimento, apesar de reconhecermos alguns exageros.
Ficámos agradavelmente surpreendidos pelo desempenho da suspensão Magneride (opcional). É certo que o Mustang não é uma "lapa" como os "M" da BMW ou os AMG da Mercedes, mas é muito eficaz apesar das concessões no campo do conforto. O Ford absorve bem as irregularidades do piso, sem condicionar a estabilidade direccional e as costas do condutor agradecem…
Em forma de conclusão pode dizer que para melhor muda-se sempre e não temos qualquer dúvida em admitir que a nova geração do Ford Mustang evoluiu bastante sem perder o "american style"…
PREÇOS
Fastback manual
2.3 EcoBoost (290 cv) – 54.119 €
5.0 V8 (450 cv) – 94.526 €
Convertible manual
2.3 EcoBoost (290 cv) – 56.552 €
5.0 V8 (450 cv) – 99.979 €
Fastback automático
2.3 EcoBoost (290 cv) – 56.789 €
5.0 V8 (450 cv) – 95.643 €
Convertible automático
2.3 EcoBoost (290 cv) – 61.785 €
5.0 V8 (450 cv) – 101.326 €