Os principais concorrentes foram mais rápidos a lançarem as suas propostas eléctricas mas a Mercedes está já a encurtar a distância.
O novo Mercedes EQA 250 é o "eléctrico" mais pequeno e acessível da marca alemã, que o Aquela Máquina agora ensaiou.
Quase igual ao Mercedes GLA, com quem partilha a plataforma, o EQA 250 tem vários detalhes que o distinguem por fora e por dentro.
A grelha frontal foi substituída por um painel negro, combinado com os faróis LED adaptativos unidos por uma linha luminosa.
Atrás, os farolins estão ligados por uma faixa luminosa sobre a porta da bagageira, que diferenciam o EQA 250 do GLA.
As rodas de 18 polegadas têm um desenho exclusivo, e os faróis e o capô são herméticos, para favorecer a aerodinâmica (cX 0,28) e reduzir o consumo de energia.
É no espaço a bordo que se vêem as principais diferenças entre ambos, e, embora a estética geral não seja arrojada, é de bom gosto. Os bancos são confortáveis e os materiais de boa qualidade.
Concebido para transportar cinco pessoas, a versão eléctrica tem muito espaço à frente mas atrás nem por isso. A bateria montada na zona dos bancos traseiros obrigou a elevar o piso.
Resultado? Os três passageiros ficam com os joelhos demasiado altos, o que em viagens longas pode ser penoso.
A bagageira também se reduziu de 385 litros para 340 litros de capacidade, que chega aos aos 1.320 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Na estrada, a primeira boa impressão é a condução suave e, principalmente o silêncio a bordo, mesmo para um carro eléctrico.
O EQA 250 tem um motor de 190 cavalos e 375 newton-metros, alimentado por uma bateria de 66,5 kwh.
A velocidade máxima está limitada aos 160 km/hora e a autonomia chega aos 424 quilómetros, mas com as boas recuperações de energia a levarem-no mais longe.
O motor eléctrico reage mal tocamos no acelerador, e, longe de ser um desportivo, faz 8,9 segundos dos 0 aos 100 km/hora.
Não deixa de ser uma surpresa para um SUV que pesa 2.000 quilos, mas está muito bem equilibrado para que assim seja.
A condução é ligeira e progressiva, e nem percebemos o peso… a menos que travemos com mais força.
Conduzir nos modos Eco ou Normal é o mais indicado na cidade, e no meio do trânsito de Lisboa foi bem ligeiro.
Se em estrada aberta, a qualidade de rolamento está assegurada, em vias mais sinuosas também não se comportou mal, mau grado o peso lateral do SUV a sentir-se mais forte nas curvas mais apertadas.
Agradou a capacidade de recuperação da energia por inércia; no nível máximo quase nem precisa de travar, e o recarregamento da bateria é visível.
E em estrada aberta, não se sente ansiedade por a bateria poder esgotar-se antes de tempo. Em Sport temos todos 190 cv mas, claro, o EQA 250 não está feito para acelerações bruscas… e a autonomia também se esgota mais depressa!
O condutor é continuamente informado pelos ecrãs digitais de instrumentação e de infoentretenimento de 10,25 polegadas, em tudo iguais aos do Mercedes GLA.
Diferenciam-se apenas os detalhes decorativos em rosa dourado nas entradas de ar, no tabliê e na consola central, para além da iluminação do habitáculo.
Um extra é a função "navegação com inteligência eléctrica" do sistema MBUX, que calcula o percurso mais rápido numa viagem.
Simula também a autonomia do automóvel e programa as paragens que são precisas para carregar a bateria.
Dispõe um sistema de gestão térmico, gerido por uma bomba de calor, que recupera e reutiliza a energia residual do motor eléctrico.
E o MBUX controla ainda o pré-aquecimento ou arrefecimento da bateria durante a condução. Quando parar, está com a temperatura ideal para o carregamento ser mais rápido.
São os 30 minutos para carregar 80% da bateria uma das vantagens do EQA 250. E pouco mais deve demorar num carregador rápido de 150 kW para conseguir os 100%.
Condução refinada, boa autonomia e óptima regeneração de energia, que quase faz pôr de parte a ansiedade "eléctrica" ao ver a bateria a esgotar-se.
O Mercedes EQA 250 mostra bons argumentos, naquele que é o modelo mais acessível para entrar na mobilidade eléctrica da marca.
Motor: eléctrico
Bateria: 66,5 kWh
Autonomia: Até 422 km
Potência máxima (cv/rpm): 190 / 1.000-3.600
Binário máximo (Nm/rpm): 375 / 1.000-3.600
Transmissão: automática
Velocidade máxima (km/h): 160
0-100 km/h (s): 8,9
Consumo médio (kW/100 km): 15,7
Emissões CO2: sem emissões
Preço: a partir de 43.695 euros / versão ensaiada: 57.350 euros
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