No ano em que festeja o 40.º aniversário, o Mercedes Classe G está em melhor forma do que nunca e acaba de chegar ao mercado nacional com uma nova motorização diesel: um bloco de seis cilindros em linha e 3.0 litros que produz 286 cv de potência e 600 Nm de binário máximo.
Conduzimos este modelo e podemos afirmar que a marca de Estugarda manteve a receita vencedora. Porém, deu ao "G" um novo motor diesel que trabalha em conjunto com uma caixa automática de 9 velocidades 9G-Tronic que lhe permite acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,4 segundos e chegar aos 199 km/h de velocidade máxima. Nada mau para um "monstro" que pesa quase 2,5 toneladas!
"Em equipa que ganha não se mexe" e a Mercedes há muito que segue esta velha máxima no seu "Geländewagen". O mesmo é dizer que este novo modelo continua a adoptar a figura "quadradona" que fez do Classe G o veículo icónico que ele é hoje, ainda que ligeiramente apimentada por alguns detalhes mais desportivo. Escusado será dizer que isto é ainda mais verdade para as versões assinadas pela Mercedes-AMG.
A grelha frontal é dos elementos que mais alterações sofreram, bem como os grupos ópticos, que passam a contar com tecnologia LED High Performance, para um "look" mais moderno e mais próximo da restante gama de modelos da marca.
As luzes de mudança de direcção continuam "montadas" nas extremidades do capot e isso é um detalhe que torna este modelo muito especial. Destaca-se igualmente os puxadores das portas, semelhantes aos que este modelo usava nos anos 80, e são precisamente estes detalhes que acrescentam personalidade e carisma a um modelo que não passa despercebido a ninguém. Prova disso é a quantidade de flashes que conseguimos captar durante os dias em que estivemos com ele.
A imagem exterior só fica completa com os estribos cromados, tal como a caixa da roda traseira e a faixa horizontal que atravessa quase os 4.82 metros de comprimento da carroçaria, e com as jantes de 20 polegadas da AMG. Importa igualmente dizer que as cavas das rodas agora surgem pintadas na mesma cor da carroçaria.
O Classe G passou por uma revolução no habitáculo e isso traduz-se num interior de luxo, à imagem das propostas mais requintadas da marca de Estugarda. A pega no tablier, em frente ao banco do pendura, continua a ser um detalhe que liga este modelo aos seus antepassados, mas tudo o resto mudou… para melhor!
Mas apesar de ser uma proposta requintada e de isso definir o tom deste habitáculo, o Classe G também se rendeu à digitalização e adoptou a solução de dois ecrãs que a Mercedes disponibiliza na sua gama. Falamos de dois "displays" de alta definição com 12,3 polegadas que formam um enorme painel digital. O ecrã da esquerda assume as funções de painel de instrumentos digital. O da direita mostra as funções de navegação, multimédia e de climatização, bem como várias informações relativas ao carro e à sua mecânica.
O comando táctil montado na consola central, em frente ao apoio de braços, é muito intuitivo e confortável de usar. Junto a este comando encontramos ainda o "Dynamic Select", para alternar entre os vários modos de condução (Eco, Comfort, Sport e Individual), o botão que força a caixa manual e o botão para desligar a controlo de tracção.
Mas não se deixe enganar pela "embalagem" requintada do interior deste Classe G. É que este 350d continua a ser um dos modelos "off-road" mais competentes e capazes do mercado. Para isso muito contribui o sistema de tracção integral permanente, a suspensão ajustável adaptativa (opcional de 1.600 euros), as "redutoras" e o sistema de bloqueio a 100 por cento do diferencial central, traseiro e frontal.
Isto traduz-se num modelo que aceita todos os desafios que lhe propomos. E acredite, se encontra algo que o G-Wagen não consiga subir ou ultrapassar, duvidamos que algum outro modelo do mercado o consiga.
O motor 3.0 de seis cilindros produz 286 cv de potência entre as 3.400 e as 4.600 rpm e um binário máximo de 600 Nm entre as 1.200 e as 3.200 rpm. Este bloco faz do Classe G 350d um veículo muito elástico e com mais força disponível logo a regimes mais baixos. Porém, aquilo que mais destacamos é o leque amplo de rpm’s, ideal para quem o leva para "maus caminhos" ou para quem o usa com reboques.
Este "monstro" está longe de ser um velocista, e sejamos sinceros, ninguém espera que seja diferente. Porém, cumpre o exercício de aceleração dos 0 aos 100 km/h em uns respeitáveis 7,4 segundos e chega aos 199 km/h de velocidade máxima.
Quanto aos consumos, a Mercedes anuncia um consumo combinado de 9.6 litros por cada 100 quilómetros percorridos, mas nos dias em que estivemos com ele percebemos que é difícil ficar abaixo dos 12 litros/100 km. Porém, este valor está longe de ser deslocado para um veículo deste tipo, e estamos seguros que esta não será a primeira preocupação do típico comprador do Classe G. Até porque a autonomia não fica comprometida em tempo algum, afinal a Mercedes equipou-o com um depósito de combustível de 100 litros.
A primeira coisa que reparamos quando estamos ao volante do "G" é a posição de condução, muito alta (mas confortável!), e a diferença de tamanho para todos os outros automóveis. Escusado será dizer que o G-Wagen não foi feito para circular em cidade e estacionar em cidade pode ser um desafio. Mas em tudo o resto nos esquecemos que estamos a conduzir um "camião" com 4,82 metros de comprimento, 1,93 metros de largura e 1,97 metros de altura.
Apesar da imagem exterior não o antecipar, o "G" é um automóvel muito fácil de conduzir. É certo que a visibilidade para a traseira não é uma referência, e isso podia ser um problema em manobras mais difíceis, mas os sensores e a câmara de 360 graus são uma ajuda fundamental neste campo.
Mais impressionante ainda é o cariz "off-road" desta proposta, que continua a ser reforçado de geração em geração. É raro nos dias de hoje encontrar um modelo com estas características, até porque os SUVs convencionais estão cada vez mais focados para uma utilização em estrada, mas ainda bem que continuam a existir propostas assim.
O Mercedes G 350d já está disponível no nosso país por um preço que começa nos 163.500 euros. Contudo, a versão ensaiada custa 184.501 euros, fruto dos mais de 17 mil euros que soma em opcionais. O "pack" design AMG custa 3.800 euros, o "pack" interior Exclusive custa 6.150 euros e o sistema de som Burmester custa 1.600 euros.
Está longe de ser um automóvel barato, mas este é o preço a pagar por um veículo exclusivo e que apesar de manter (e até reforçar!) todas as credenciais "off-road", está cada vez melhor em estrada.
Motor: 6 cilindros em linha
Cilindrada: 2925 cc
Potência Máxima: 286 cv/3400 - 4600 rpm
Binário: 6oo Nm/1200 - 3200 rpm
Relação Peso/Potência: 8.56 kg/cv
Velocidade máxima: 199 km/h
0 a 100 km/h: 7,4
Emissões CO2: 252 gr/km
Consumo misto: 9,6 l/100 km
Preço da versão ensaiada: 163.350 euros
+ OFF-ROAD: O "G" está mais requintado mas continua a ser um "monstro" fora de estrada
- PRATICABILIDADE: Este não é um modelo feito para a cidade e para as rotinas do dia-a-dia
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