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Ensaio

Mercedes GLC Fuel Cell: guiámos o futuro da mobilidade

13:07 - 13-10-2018
 
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Para alguns observadores, o futuro próximo da mobilidade é eléctrico e há quem afirme que é uma via irreversível. Nós somos mais cépticos: vivemos no presente, mas acreditamos que o futuro pode ter outras surpresas...

Hoje, a indústria é pressionada pelo poder político e adoptou a via mais fácil: colocou todas as "fichas" na opção eléctrica. Mas, se alguns assumem uma posição indefectível, também há quem fale numa solução de compromisso e até há quem afirme é uma "situação obrigatória, mas pouco rentável".

Não há unanimidade e mesmo quem aposta no politicamente correcto procura alternativas no campo das  "Fuel Cells" (pilhas de energia), uma tecnologia que, na teoria, tem pernas para andar. A Mercedes está nesta onda, mas Uwe Ernstberger, vice-presidente da Mercedes responsável pelos Classe C, E e S, admitiu-nos que "os grandes investimentos de todos os construtores estão orientados para a electrificação e para pensar num valor semelhante ao das vendas actuais de veículos eléctricos [hoje na Europa], teremos de esperar três décadas, ou talvez mais".

Não é um ponto de vista animador, mas torna-se evidente que as "Fuel Cells" são uma proposta para as próximas gerações de clientes. Mas, mesmo distante, há quem procure marcar território e a Mercedes já tem disponível o GLC F-Cell que antecipa o futuro. Em termos de imagem, para além dos logótipos laterais, dos filetes azuis nas jantes e nos LED dianteiros, a imagem é igual à dos restantes GLC. Apenas os "detectives" vão notar a abertura para carregamento no lado direito do pára-choques traseiro.

MOTOR. Hidrogénio começa por ser um novo "palavrão" no campo dos motores. Mas acaba por ser uma solução híbrida "Plug in" que, em vez de um motor tradicional de combustão interna, utiliza uma célula de combustível que fornece a energia. O hidrogénio combina-se com o oxigénio, bombeado para o interior do motor por um sofisticado compressor eléctrico. É uma forma de produzir a electricidade, com uma grande vantagem: a única emissão é água...

No GLC F-Cell há dois reservatórios de hidrogénio: um no mesmo local do habitual depósito de combustível (na zona dos bancos traseiros) e outro colocado longitudinalmente na zona da transmissão. É possível armazenar 4,4 kg de hidrogénio a uma pressão de 700 bar e garantir uma autonomia superior a 400 km.

Mas também há uma bateria de iões de lítio, com uma capacidade de 13,7 kWh, que permite uma autonomia de 51 km, para além dos 478 km que a Mercedes reivindica para esta proposta

MODOS DE CONDUÇÃO. Hidrogénio, motor eléctrico e tecnologia híbrida: é tudo muita tecnologia, mas a condução do GLC F-Cell é simples e não traz nada de novo. Coloca-se o manípulo da transmissão em modo "Drive" e o motor eléctrico avança.

A célula de combustível garante 75 Kw, mas se for necessária mais potência, a gestão electrónica vai buscá-la às baterias de iões de lítio sem que o condutor se aperceba de nada. Isto é bem evidente no modo "Hybrid", uma opção dinâmica que contrasta com o "Comfort" ou o económico "ECO". Tudo se altera no selector dos "modos" de condução, que conta com uma opção de "Carga", para dilatar a autonomia eléctrica à custa do consumo de hidrogénio.

AO VOLANTE. O GLC F-Cell é agradável de conduzir e se a autonomia de 400 km (anunciada) for verdadeira, será uma proposta bem interessante. É mais leve e mais ágil do que as propostas eléctricas equivalentes: basta pensar nos 650 kg de peso das baterias do EQC. E também importa referir que um reabastecimento pode levar três minutos, contrastando com o tempo exigido pelas propostas eléctricas.

Tudo isto parece um cenário idílico, mas a distribuição de hidrogénio é residual na Europa e criar uma rede exige investimentos impensáveis a nível global. Por isso, o hidrogénio, que poderia ser a grande alternativa à electricidade, continua a ser uma hipótese alternativa para um futuro mais longínquo.

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José Barreira   08:42 - 15-10-2018
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A tecnologia está cada vez mais dependente do fator escala, por melhor que seja não avança enquanto não tiver massa crítica.
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