Estivemos em Barcelona a conhecer o novo Nissan Juke e já conduzimos, finalmente, a segunda geração do crossover japonês. Cerca de um mês depois de o termos visto pela primeira vez, pudemos finalmente "deitar-lhe as mãos" e assumir o volante, pelo que já estamos em condições de lhe contar todos os segredos do modelo com que a Nissan quer voltar a ‘atacar’ o Top-3 do segmento dos B-SUV.
Tal como Marco Toro, Director Geral da Nissan Iberia, contou durante a apresentação do modelo, este "é o evento mais importante do ano para a Nissan", que já definiu o objectivo para o primeiro de vendas completo no mercado nacional: 3 mil unidades.
A renovação do Juke já se pedia há muito, ou não estivéssemos nós a falar de um modelo com 9 anos de idade. A Nissan levou-o até onde conseguiu mas percebeu que precisava de um automóvel totalmente renovado para voltar a atacar um segmento que a própria criou, ao lançar o Juke original. O resultado é um Juke totalmente novo, mais crescido, mais tecnológico e com credenciais dinâmicas reforçadas. Nós já o conduzimos e contamos-lhe tudo o que precisa de saber.
Imagem mais musculada e com ‘look’ coupé
O milhão de unidades vendidas do primeiro Juke - cerca de 14 mil em Portugal - prova que a imagem arrojada e distinta foi muito bem recebida pelo público e isso ‘obrigou’ a Nissan a manter-se fiel a essas linhas. Não estamos com isto a dizer que este Juke é igual ao antecessor, muito pelo contrário, mas há vários pontos em comum, a começar pelos grupos ópticos dianteiros, que apesar de terem sido redesenhados e de contarem, de série, com tecnologia Full LED, nos remetem de imediato para o Juke original. O mesmo serve para a restante dianteira, com especial destaque para a grelha V-Motion, que agora liga as duas ópticas frontais.
No geral, a imagem está muito mais musculada e a presença em estrada foi acentuada. A culpa é, em grande parte, das vias dilatadas e da linha lateral que evoluiu para a secção traseira, dando origem a uma espécie de ‘spoiler’. Isto já para não falar das jantes de 19 polegadas (de série nas versões Tekna e N-Design) que equipam este modelo, outro detalhe que ajuda a vincar a desportividade de um modelo que cresceu em comprimento e em largura, decisão que tem reflexos muitos positivos na habitabilidade do interior.
Interior mais premium
A primeira coisa que reparamos quando entramos no novo Juke é nos acabamentos. A Nissan investiu muito tempo (e dinheiro!) neste campo e os resultados estão à vista. É certo que continuamos a contar com plásticos duros no habitáculo, mas a Nissan fez questão de os esconder (apenas) na zona superior dos painéis das portas e na zona inferior do tablier.
Por outro lado, todos os restantes materiais são muito agradáveis ao toque e ajudam a criar a sensação de um veículo premium. Aliado a tudo isto, a Nissan equipou este Juke com um volante desportivo (recortado na base), com bancos com enorme apoio lateral e com apoio de cabeça incorporado e com uma consola central totalmente renovada, onde agora encontramos o botão Start/Stop, o botão D Mode (para alternar entre os três modos de condução disponíveis: Normal, Eco e Sport) e a alavanca das mudanças (muito alta no caso das versões com caixa manual).
Tudo isto mudou e este Juke oferece muito mais espaço para quem viaja atrás, quer ao nível dos joelhos quer ao nível da altura da cabeça. Sentados nos bancos traseiros deste Juke é difícil encontrar diferenças para o seu irmão mais velho, o Qashqai, e isso é o maior elogio que podemos fazer a um modelo que agora conta com a segunda maior bagageira do segmento, com 422 litros de capacidade, um número que representa uma evolução de 20% por comparação com o Juke da primeira geração.
Tecnologia para todos
A Nissan diz que este é o carro mais conectado que alguma vez mostrou na Europa e nós acreditamos. Graças a um cartão e-SIM, este Juke pode estar sempre ligado à internet e transformar-se num hotspot, sendo que isso permite, igualmente, actualizações remotas, mapas e tráfego ao vivo, aceder a um histórico de condução ou fazer um "tracking" do veículo em caso de roubo.
A juntar a isto, a marca japonesa passou a oferecer um painel de instrumentos digital com 7 polegadas (de série nas versões N-Connecta, Tekna e N-Design) e um ecrã central com 8’’, sendo que este último assume as funções de terminal multimédia e permite a integração de serviços como o Apple CarPlay, o Android Auto e o Google Home Assistant. Este último é um cartão de visita notável, já que permite, via smartphone, enviar percursos directamente para o automóvel, ou consultar, por exemplo, a pressão dos pneus.
Esta última possibilidade pode ser feita através da nova App Integrada do Juke, que ainda permite fecho remoto, luzes e buzinas remotos, localizador do veículo ou estado do veículo.
Gama faz-se com um único motor a gasolina
Tal como já lhe tínhamos dito no momento da apresentação estática, o novo Nissan Juke vai chegar ao mercado com uma motorização única. Falamos de um bloco a gasolina de três cilindros, turboalimentado e com 1.0 litro de capacidade que debita 117 cv de potência e 180 Nm de binário máximo. Em função de "Overboost" o Juke conta com 20 Nm adicionais durante 25 segundos mediante a aplicação da aceleração máxima. Esta função só é aplicada a partir da segunda velocidade.
Este motor pode ser associado a dois tipos de transmissão, uma caixa manual de seis velocidades e a uma caixa automática DCT de sete relações. Com a primeira, a Nissan reivindica um tempo de 10,4 segundos no exercício dos 0 aos 100 km/h. No segundo, o mesmo registo é cumprido em 11,1 segundos. Em ambos os casos a velocidade máxima está fixada nos 180 km/h.
A marca nipónica garante que a aceleração dos 0 aos 100 km/h é feita em 10,4 segundos e que este motor permite uma diminuição de 30% de emissões de CO2 por comparação com o modelo original. A versão com caixa manual apresenta 135 gramas de emissões de CO2 por cada 100 km, sendo que este número sobe para as 138 gramas na versão com caixa DCT.
Dinamismo e conforto ao volante
O novo Nissan Juke assenta na plataforma CMF-B, a mesma que encontramos em modelos como o novo Renault Clio ou o novo Captur. Esta plataforma permitiu uma poupança de 23 quilos, apesar de garantir uma maior segurança e uma maior rigidez torcional.
Tudo isto tem um impacto muito positivo no comportamento em estrada deste Juke, que se revelou muito equilibrado nos percursos mais técnicos por onde o levámos. É fácil colocar a frente onde queremos e isso faz com que este Juke se revele muito agradável e divertido de conduzir, mesmo a regimes mais elevados.
Quanto aos consumos, que no fundo são um dos motivos que levou a Nissan a optar por uma motorização tricilindrica a gasolina, podemos dizer-lhe que na versão com caixa automática DCT7 conseguimos andar na casa dos 6,8 l/100 km, em auto-estrada e sempre a cumprir os limites. Por outro lado, conseguimos aproximar-nos dos 6 litros por cada 100 km percorridos na versão equipada com caixa manual.
Quando chega e quanto vai custar?
O Nissan Juke está disponível para encomenda desde Setembro mas as primeiras unidades só vão chegar aos clientes em Novembro, com preços a começar nos 19.900 euros, valor que desde para os 16.400 euros com a campanha de lançamento da marca no nosso país.
Nissan Juke Visia - 19.900 euros
Nissan Juke Acenta - 21.050 euros
Nissan Juke N-Connecta - 22.600 euros
Nissan Juke N-Design - 24.400 euros
Nissan Juke Tekna - 24.400 euros
Haverá ainda uma versão especial de lançamento, denominada "Premiere Edition", que tem preços a começar nos 27.200 € para a versão com caixa manual e nos 28.700 € para a versão com caixa DCT.
Esta variante tem por base o nível de equipamento N-Design mas acrescenta pintura bitonal, jantes de 19 polegadas N-Design, ProPILOT, embelezadores nas portas "Premiere Edition", interior em laranja e preto e logos comemorativos desta versão no exterior e no habitáculo.