A estratégia da Range Rover no campo das motorizações está a mudar. A marca, que ainda está refém dos motores diesel, aponta novos caminhos para a electrificação e o P400e é a sua primeira proposta híbrida.
DESIGN. Em termos da imagem da carroçaria nada se alterou e apenas a referência do modelo, na traseira, mostra que este Range Rover não é igual aos outros. O mesmo acontece no habitáculo, onde o requinte, espaço e conforto já foram sobejamente elogiados numa proposta que era o top dos SUV Premium, apesar de começar a ter vários concorrentes, especialmente oriundos das Alemanha.
MOTORIZAÇÃO. A grande diferença surge no campo da motorização. A marca de Solihull apostou num sistema PHEV, que associa um motor 2.0 turbo a gasolina de 300 cv com um motor eléctrico de 85 kW instalado junto à caixa automática de oito velocidades. A unidade motriz eléctrica é alimentada por baterias de lítio colocadas na traseira sob a plataforma da bagageira, roubando mais de 70 litros de volume ao porta-bagagens. A potência específica pode chegar aos 404 cv com um binário de 640 Nm.
Este híbrido Plug in pode ser carregado através de uma tomada escondida na grelha anterior e, segundo a Land Rover, demora 2h 45m com recurso a uma "walbox" específica vendida pela marca, ou 7h 30m com recurso a uma qualquer tomada de corrente com 32 amperes.
O condutor pode assumir diversos tipos de condução, recorrendo ao selector de "modos". O "Parallel Hybrid" associa o motor de combustão interna e o eléctrico para maximizar a relação entre performances e economia. Em viagem a melhor opção é o "Pedictive Energy Optimization", que associa a gestão do sistema com o sistema de navegação (GPS), permitindo optimizar todos os parâmetros, tendo em linha de conta factores tão diferentes como o tipo de estrada, condições de tráfego e até a altitude.
Quem gastar toda a energia das baterias fica completamente dependente da resposta do motor 2.0 Turbo, que não tem nada a ver com a potência dos V6 e V8 a que o cliente da marca está habituado. Por isso, seleccionar o "Save Mode" é a solução: impede que a carga das baterias desça abaixo de um nível desejado.
Enorme com os seus cinco metros de comprimento, é majestoso e parece "fora de escala" no meio do tráfego urbano, onde é garantida uma "dor de cabeça" na altura de estacionar... O Range Rover está muito mais à vontade nos grandes espaços. É um estradista para quem gosta de viajar e aprecia o requinte de andar em "primeira classe".
A polivalência é um grande trunfo. Apesar do aspecto requintado não teme grandes aventuras fora de estrada. O Range Rover nunca se fez rogado aos maus caminhos e esta opção híbrida não alterou essa característica, mas há algumas diferenças inerentes à electrificação.
Em termos de consumo, a Range Rover reivindica uma autonomia eléctrica de 51 km a velocidades até aos 120 km/h, e não está longe da realidade. Mas um consumo combinado de 3,1 litros/100 km é mais do que optimista. É certo que em percursos urbanos, como muito recurso à carga das baterias, é possível baixar os consumos. Mas numa utilização normal, em cidade, estrada e auto-estrada registámos uma média de 12,3 litros/100 km. É uma diferença abissal, apesar de acabar por ser um valor razoável para um SUV que pesa 2,5 toneladas.
FICHA TECNICA
Motor: 2.0 + eléctrico
Cilindrada:1 997 cc
Potência máxima: 404 cv/5 500 rpm
Binário máximo: 604 Nm/1 500-4 500 rpm
Velocidade máxima: 220 km/h
0 a 100 km/h: 2,8 s
Consumo médio: 3,1 l/100 km
Emissões de CO2: 72 g/km
Preço desde: 126 000 €
+ POLIVALÊNCIA. Conforto, luxo e requinte em estrada são uma porta aberta à aventura em maus caminhos que poucos clientes de um veículo como este imaginam percorrer.
- CARREGAMENTO. A aposta híbrida merece aplausos, mas o tempo de carga ainda é elevado.