Pequeno, ágil e orientado para a cidade, o pequeno citadino francês apresenta-se agora numa versão totalmente eléctrica, "bebendo" muito daquilo que levou ao sucesso comercial do Renault Zoe, o eléctrico mais vendido da Europa em 2020.
Este é o sétimo automóvel totalmente eléctrico da Renault e conta com uma evolução notável e distinta face aos restantes, uma vez que equipa um sistema de refrigeração líquida para as baterias, ao contrário dos seus antecessores, que contavam com refrigeração a ar.
Visualmente, não há quase nenhumas diferenças para o Twingo a gasolina. Destaca-se apenas a grelha em azul, cor que também encontramos no centro das jantes e numa linha pintada em torno da carroçaria, e o logótipo Z.E. (de Zero Emissões) na lateral e na traseira.
Por dentro, conta com possibilidades de personalização quase infinitas, mas apresenta plásticos algo duros e um painel de instrumentos com mostradores analógicos que acabam por ser algo antiquados. Porém, destaca-se o ecrã de 7’’ ao centro, onde podemos ver e controlar todas as funções multimédia, e a fácil integração com o smartphone (Apple ou Android).
Mas se em termos visuais a imagem não difere muito do Twingo de motor a combustão que já conhecíamos, é em andamento que esta versão movida a electrões faz toda a diferença.
Silencioso, ágil e muito eficaz
Equipado com um motor eléctrico (montado na traseira) que produz 82 cv, o Twingo Electric acelera dos 0 aos 100 km/h em 12,9 segundos e chega aos 135 km/h de velocidade máxima. Estes registos não impressionam, mas chegam para o Twingo "sobreviver" a algumas incursões por autoestrada, ainda que o seu "habitat natural" seja, naturalmente, a selva urbana.
Aí, consegue recuperações interessantes e consumos médios ainda melhores. Durante o nosso teste, com passagens por autoestrada, cidade e estradas secundárias, o Twingo alcançou uns impressionantes 12,3 kWh/100 km de média. Quanto à autonomia, ronda os 190 quilómetros anunciados pela marca francesa, ainda que este número possa crescer para perto dos 240 quilómetros num percurso exclusivamente citadino.
O Twingo Electric apresenta-se com um carregador muito versátil que possibilita que possam ser feitas cargas entre 2 e 22 kW em corrente alterna (AC) e isso permite-lhe tempos de carga muito reduzidos: 1,5 horas para um carregamento completo. Contudo, e apesar de oferecer uma potência de carga AC tão elevada, não suporta carregamentos rápidos - DC (corrente contínua).
Vale a pena?
Graças ao facto de contar com tração traseira, quase não se sentem vibrações na direcção e isso, a juntar ao silêncio desta versão, oferece-nos uma experiência de condução muito suave. Contudo, e uma vez que a afinação é algo "seca", o conforto acaba por sair prejudicado em pisos em mau estado, em benefício de uma maior estabilidade em estrada.
Esta é, sem dúvida, uma alternativa a considerar para quem procura um citadino eléctrico "poupado", que com os incentivos fiscais no nosso país pode ficar abaixo dos 20 mil euros. As entregas arrancam em Janeiro de 2021.
Ficha Técnica
Motor Eléctrico: Montado na traseira
Potência Máxima: 82 cv (60 kW)
Binário Máximo: 160 Nm
Bateria: 21,4 kWh
Autonomia: 190 km (WLTP)
Velocidade Máxima: 135 km/h
0-100 km/h: 12,9 s
Consumo Médio: 16 kWh/100 km
Preço desde: 22.000 euros
+ Consumos: Os 12,3 kWh de média neste ensaio mostram que este é um eléctrico eficaz
- Carregamento: Não permite carregamento rápido DC (corrente contínua)
Autor: Miguel Dias