Smart ForTwo ed em ensaio: a electricidade já compensa?

Quando se fala do Smart ForTwo pouco há a acrescentar sobre um automóvel à medida da cidade, um veículo bem conhecido no nosso país onde se afirmou como um "bestseller" e tem uma procura que, percentualmente, ultrapassa os números registados na maioria dos países europeus.

As dimensões compactas e o diâmetro de viragem potenciam a agilidade e isso ajuda a explicar um sucesso que passa pelas dimensões compactas que ajudam a estacionar e o diâmetro de viragem que potencia a agilidade no meio do tráfego urbano.

No nosso país, o preço do Smart ForTwo começa nos 11.200 euros da versão com o motor de três cilindros de cilindrada com 71 cv de potência e atinge os 13.570 euros com a opção de 90 cv. Mas, para além destas propostas tradicionais, também está disponível a versão ed (electric drive), que por um lado tem grandes vantagens ao nível da economia de combustível, e por outro vai ao encontro daqueles que assumem as preocupações ambientalistas que marcam a actualidade.

Se olharmos apenas para os valores do consumo, não há dúvidas em apontar o Smart ed como a grande opção. Com o motor de combustão com 71 cv de potência realizámos médias na casa dos 6,0 litros/100 km que, contas redondas, apontam para um custo de 9 euros/100 km, um valor muito superior ao verificado com o motor eléctrico onde, no meio da cidade, registámos um consumo de 13 kWh/100 km, o que nos leva a um valor de cerca de 2 euros/100 km.

É uma diferença importante, mas nem tudo o que luz é ouro: o Smart ed não vai além dos 130 km/h, face aos 150 km/h do modelo de 71 cv, embora seja muito mais rápido a acelerar de 0 a 100 km/h (11,3 face a 14,4 segundos). Num eléctrico, quando se carrega a fundo no acelerador, toda a potência surge ao mesmo tempo, como quando se liga um interruptor lá de casa, e não é necessário esperar pelo aumento de rotações para chegar ao binário ideal.

Acreditamos que, para quem está mais preocupado com a redução da emissão de poluentes, as performances não sejam o mais importante, mas não podemos esquecer que o Smart ed é refém da cidade. A marca fala de uma autonomia de 150/160 km, mas quem não quiser apanhar sustos, porque os pontos de carregamento não são tão abundantes como deveriam ser e há muitos avariados, mais vale deixar uma certa margem de segurança e pensar em 100 km de autonomia.

No modelo ensaiado, mesmo com a indicação de 100% da carga das baterias, o indicador de autonomia nunca foi além dos 121 km. Depois, são necessárias seis horas para garantir a carga total das baterias numa tomada de corrente doméstica (230 v).

Mas o pior de tudo é o preço do Smart ed, que começa nos 22.500 euros, o dobro do exigido pelo Smart com o motor atmosférico de 71 cv. Esta diferença tem tudo a ver com o custo das baterias de lítio, responsáveis por cerca de 4.700 euros do preço total. Mas como sem baterias o Smart ed não anda...

Tudo isto dá que pensar. Não temos dúvidas de que os automóveis eléctricos são uma das soluções para o futuro, mas no presente esta tecnologia ainda tem um preço muito elevado. E, mesmo poupando sete euros em cada 100 km percorridos, para amortizar os 11.200 euros de diferença entre os dois tipos de motorização, seria necessário percorrer 160 mil quilómetros. Mesmo que o Smart resista a esta longa maratona, duvidamos que as baterias possam ter essa longevidade...

Ficha técnica

Motor                                                        Eléctrico
Tipo                                                          62 kW
Potência máxima (cv)                                 82
Binário máximo (Nm)                                 160
Velocidade máxima (km/h)                         130
0 a 100 km/h (s)                                       11,8
Consumo médio (kWh/100 km)                   13 kWh/100 km
Emissões de CO2 (g/km)                            0
Preço desde (€)                                         22.500

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- PREÇO. Os veículos eléctricos são muito caros e a rede de carregadores é reduzida.