A Volvo Car Portugal não se fica pela falsa modéstia para realçar um 2024 mais do que positivo pelos vários recordes que conseguiu bater no volume de vendas.
Estes números acompanham o desempenho da construtora a nível global, tendo para este ano o lançamento das novidades EX30 Cross Country e ES90 para reforçar o seu estatuto no mercado premium.
Na apresentação dos resultados realizadas esta quinta-feira, houve ainda oportunidade para levar para a estrada o novo "eléctrico" EX90 e o renovado híbrido plug-in XC90 num curto ensaio comparativo.
Nunca a Volvo Car Portugal tinha colocado tantos carros nas estradas portuguesas como no ano passado: foram 7.005 os exemplares vendidos, correspondendo a uma inédita quota de mercado de 3,34%.
"Crescemos 36,7% face ao ano anterior e consolidámo-nos como a terceira marca mais vendida em veículos electrificados no país", sublinha o director Edson Ishikawa na apresentação dos resultados.
O Volvo EX30 assume-se como o modelo preponderante para esse crescimento, ao ser o terceiro modelo mais vendido no panorama 100% eléctrico nacional.
Certo que o crossover irá manter essa dinâmica ao longo deste ano, a apoiá-lo irão estar os novos EX90 de sete lugares com propulsão totalmente electrificada, alinhado com o equivalente XC 90 híbrido plug-in.
A oferta da insígnia escandinava será reforçada em breve com a variante Cross Country do EX30, a estrear a nível mundial na próxima segunda-feira, seguida da berlina ES90 totalmente alimentada a electrões.
Para quem ainda não o tinha feito, à espera de serem testados estavam os actuais porta-estandartes EX90 e XC90 da Volvo, embora ambos os ensaios realizados na zona de Cascais tenham sido demasiado curtos.
Mesmo assim, deu para perceber que o grande SUV eléctrico cumpre, à primeira vista, os propósitos com que foi concebido nos campos tecnológicos do conforto e da segurança.
Primeira boa surpresa é a sensação de não ir a bordo dum barco ao "sabor das ondas" como fariam pensar os 5,04 metros que tem de comprimento; nunca um SUV da construtora foi tão comprido… e tão potente!
Afinal, são 380 kW (517 cv) para a variante Performance embora em sorte tenha calhado o "simples" Twin Motor de 300 kW (408 cv) e 770 Nm capaz de "arrastar" em 5,9 segundos aos 100 km/hora as 2,7 toneladas que pesa.
Significa assim que todo esse poder é passado às quatro rodas com delicadeza ou brutalidade segundo o humor do condutor e o modo de condução seleccionado, mas sem beliscar o conforto a bordo.
As afinações do chassis asseguram uma estabilidade muito bem conseguida graças a uma direcção que responde bem às solicitações do acelerador, e uma suspensão bem firme; falta saber como se porta em estradas mais complexas.
A Volvo já tinha sublinhado que o EX90 seria o modelo mais seguro alguma vez construído pela marca, e essa ideia parece não ter sido defraudada.
A equipá-lo estão sistemas de segurança e apoio à condução de última geração, onde nem sequer falta o sensor LiDAR de série para controlar o ambiente em redor do SUV.
E quanto ao poder de travagem, saúda-se a maneira muito efectiva como o faz face ao seu peso, com os pré-tensores dos cintos de segurança a actuarem de imediato.
Positivo é o crédito à propulsão eléctrica que dá aos grandes SUV premium, ao equipar uma das maiores baterias do mercado: os 111 kWh brutos recarregáveis a 250 kW DC dão até 620 quilómetros de autonomia.
Trocado para o renovado XC90 T8 com a solução motriz híbrida plug-in para 455 cv de potência máxima, estranha-se de imediato quão diferentes são os dois SUV de sete lugares em termos dinâmicos.
Não está em causa a segurança a bordo mas o comportamento na estrada é muito mais balançado, bem sentido para quem viaja nos bancos traseiros.
Nada de muito grave face a outros rivais porque a comparação é mesmo com o EX90: elogia-se a capacidade de amortecimento em absorver as deformações do piso, mesmo com as enormes rodas de 21 polegadas.
Basta seleccionar entre os modos de condução Hybrid, Dynamic, Pure (100% eléctrico) e AWD para a suspensão, direcção e resposta do acelerador se adaptem às solicitações.
Ganha mais vigor a acelerar os 455 cv combinados de que dispõe, nem que seja por este XC90 pesar menos 500 quilos do que o "irmão" eléctrico: bastam-lhe 5,4 segundos para acelerar dos zero aos 100 km/hora.
Percebe-se que o chassis está mais calibrado para auto-estrada do que para as curvas duma nacional, com o "abano" da carroçaria numa ultrapassagem, seguido dum movimento rápido do volante para retornar à faixa.
Já os 70 quilómetros de autonomia que lhe dá a bateria de 19 kWh parecem demasiado curtos, embora a Volvo assinale que são mais do que suficientes para a condução quotidiana.
Essa distância pode ser bem controlada ao mudar para o modo B a alavanca do selector de marchas, dando uma desaceleração bem forte que quase torna desnecessária pisar o pedal de travão.
Inegável em ambos os SUV é a percepção da segurança e o ambiente tecnológico a bordo; ter as funções principais no ecrã multimédia pode ser criticável mas os comandos vocais são efectivos para os accionar.
Apontados ao segmento premium, o Volvo EX90 arranca nos 88.200 euros mas a variante Twin Motor começa nos 104.750 euros; já o XC90 poderá contar com um preço de partida de 96.820 euros.
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