A Special Vehicles Operation (SVO) do Grupo Jaguar-Land Rover é um fábrica de sonhos. Está localizada na Oxford Road em Conventry, no Reino Unido, num edifício moderno e funcional com várias portas que dão acesso aos mais diversos clientes.
Dá as boas-vindas a quem procura um modelo diferente feito por medida, como a
cozinha de Jamie Oliver, responde a quem muito nunca é suficiente no campo das performances e é capaz de recuperar o passado das marcas com a recriação ou o restauro de modelos de outros tempos. Esta é a aposta da Jaguar-Land Rover Classic Works.
"Ninguém tem necessidade de um automóvel clássico, mas há muita gente que os procura", admitiu-nos Tim Hannid, o responsável da Jaguar-Land Rover Classic Works. Havendo procura, pode haver negócio e o Grupo britânico assumiu esse desafio. Em pouco tempo criou uma estrutura capaz de responder a
"uma tendência que tem vindo a crescer a nível global, mas com especial incidência no norte da Europa e nos Estados Unidos", acrescentou Tim Hannid.
A Jaguar-Land Rover não ficou indiferente a esta realidade. Tinha sido pioneira na recriação de ícones do passado como o
E-Type lightweight ou na continuação da história com o
XK SS, tal como com a loucura da ponte entre o passado e o futuro com o velho
E-Type com uma nova motorização eléctrica, uma opção que, para além de politicamente correcta, vai garantir grandes dividendos.
Mas, na fronteira entre o passado e o tal futuro politicamente correcto, os britânicos não esqueceram os clientes que querem recuperar os automóveis do passado, nem aqueles que sempre sonharam ter um veículo de outros tempos.
Para responder a esta tendência que tem cada vez mais adeptos, surgiu o "Project Reborn". Há quem aposte num clássico como um projecto de restauro, que pode levar uma vida, mas que no final (se houver final) fica pelo caminho ou custou muito mais do que o orçamento inicial.
A Jaguar-Land Rover oferece uma alternativa mais interessante (não será certamente a mais barata). Um cliente manifesta o desejo de ser proprietário de um modelo clássico de uma das marcas. O pedido é analisado e, se for aprovado, a marca vai ao mercado à procura de um veículo com potencial para ser recuperado.
"Procuramos veículos que permitam garantir uma recuperação com cerca de 75 ou 80 por cento de peças originais", afirmou-nos um engenheiro ligado ao processo.
O preço é estabelecido e deixa de haver riscos para o comprador, aconteça o que acontecer no restauro. Se as condições do modelos forem piores do que o avaliado, a responsabilidade é da marca, se ele estiver melhor do que se pensava, o seu lucro será maior.
Qualquer modelo da Jaguar e Land Rover pode ter acesso ao "Project Reborn" e, para se ter uma ideia de custos, podemos olhar para exemplos concretos (sem impostos): um Land Rover Serie 1 de 1950, como o que guiámos, pode ter um preço de 90.000 euros, um modelo da primeira série (1970) do Range Rover pode custar 150.000 euros, mas o Jaguar E-Type, a jóia da coroa, que tem uma lista de espera de 18 meses, pode custar 330 mil euros, sem falar em opcionais como o sistema de
info-entretenimento, que chega aos 13.500 euros.