O Renault R.S.01 é um dos modelos mais radicais da Renault. Foi pensado e desenvolvido para dar vida ao Renault Sport Trophy, um troféu monomarca que foi disputado nas duas últimas temporadas. Mas a Renault redireccionou os seus alvos no mundo da competição e o regresso à F1 em 2016 condenou outros projectos.
No próximo fim-de-semana, o Autódromo do Estoril recebe a última corrida do Renault Sport Trophy. É a derradeira prova de um campeonato que nasceu para durar cinco anos e acabou antes do tempo. As equipas que utilizam o R.S.01 foram "convidadas" a comprar um "kit" que permite transferir o coupé para as especificações dos Campeonatos GT-3. Quem não optar por esta solução fica com um carro para colocar no museu...
Não é fácil equacionar qual será o futuro do R.S.01 na competição, mas fica a memória de um coupé que será recordado pelo seu aspecto de super-desportivo. Alia a elegância do protótipo DeZir, que a marca francesa apresentou em 2010, com a eficácia de um monolugar da Fórmula Renault 3.5. O recurso à fibra de carbono permitiu que o peso total não fosse além dos 1 100 kg e a parceria com a Dallara assegurou a eficácia aerodinâmica. Na traseira, uma asa enorme e o sofisticado desenho do difusor traduzem as longas horas de estudo em túnel de vento, que garantem o apoio que se exige a um carro de competição.
O arco de protecção funciona como um sub-chassis para maximizar a rigidez estrutural, e a suspensão, semelhante à de um monolugar com amortecedores Ohlins, mostra que as pistas são o habitat deste Renault.
Motor do Nissan GT-R. O V6 twin-turbo com 3,8 litros de cilindrada e mais de 500 cv de potência é o coração deste coupé e tem créditos firmados. É o mesmo bloco que surge no Nissan GT-R e não é necessário dizer mais nada, porque as performances de um bloco que é tido como uma referência ao nível dos grandes desportivos falam por si.
Este Renault foi o protagonista das provas do Sport Trophy das World Series by Renault, mas tem tudo para ser visto como um dos mais apetecíveis super-carros da actualidade. Não está homologado para andar na estrada, mas não é por isso que deixa de ser um brinquedo apetecível para quem aprecia emoções fortes atrás de um volante. Diz-se que poderá custar 500 mil euros (antes de impostos), mas esse preço é apenas uma referência, porque para acompanhar este carro são necessários pneus (ele devora-os), uma equipa de mecânicos experientes e material sobressalente, o que obriga a um orçamento que vai apontar para números muito elevados, mesmo para uma brincadeira de fim de semana num qualquer circuito.