Após longos anos de agonia, a Saab morreu definitivamente e sem esperanças de renascer. Porque já nasceu, oficialmente, a marca que a substitui, designada NEVS, o acrónimo de National Electric Vehicle Sweden. Que recomeçará a fabricar carros a partir de 2017, com base no antigo Saab 9-3 mas com motorização eléctrica, para o mercado chinês.
Mas contemos a história do fim da Saab, uma marca de culto para muitos amantes da cultura automóvel. Tudo se precipitou na fase negra da falência da General Motors, na altura proprietária da Saab, que arrastou a marca sueca. Foi quando apareceu a tal companhia NEVS, empresa sueca com financiadores chineses, a comprar os activos da Saab, excepto o nome e o logo que ficaram na posse de uma empresa do sector da defesa que foi, afinal, o berço da Saab.
Contudo, a NEVS teve autorização para continuar a usar o nome Saab (mas não o logótipo), o que fez quando recomeçou a produzir o 9-3 na fábrica de Trölhattan (Suécia), em 2013. Sol de pouca dura, perderia esse direito no ano seguinte, quando as suas finanças também colapsaram…
Agora, a NEVS tem um plano para regressar à produção de automóveis mas, não tendo já a possibilidade de usar a marca Saab, irá comercializá-los com a sua própria sigla. A ideia passa por usar a base da berlina 9-3 e transformá-la num automóvel eléctrico para comercializar, primeiro, no mercado chinês. Os planos incluem ainda lançar quatro novos modelos a partir de 2018, três dos quais SUVs, alguns dos quais poderão ser fabricados na China.
A hierarquia da NEVS continua entregue a executivos suecos, embora o financiamento seja maioritariamente chinês. E assim termina a história de uma marca lendária, iniciada em 1937 enquanto empresa de defesa (fabricando, nomeadamente, aviões militares), passando depois da II Guerra a dedicar-se também à construção de automóveis. O primeiro protótipo, o magnífico Ursaab, foi mostrado em 1946, iniciando-se a produção do primeiro modelo, o 92, três anos depois.