O grupo Renault detalhou esta quarta-feira aos investidores internacionais, no Capital Market Day, as ambições que irão reger a Ampère.
A nova empresa de electromobilidade e desenvolvimento de software irá projectar, fabricar e comercializar "eléctricos" de passageiros sob a marca Renault na Europa para travar as investidas chinesas mais baratas.
O objectivo deste motor da transformação do grupo passa por alcançar, antes dos rivais, a paridade de preços entre viaturas eléctricas e de combustão interna.
A estratégia incide já nos próximos dois anos para os modelos mais pequenos, e nos próximos quatro para os modelos de segmentos superiores
O plano assenta na redução de 40% dos custos no biénio 2027/28, entre a primeira e a segunda geração de "eléctricos" do segmento C.
Até 2031, a linha de produtos irá basear-se nos Mégane E-Tech, Scenic E-Tech, Renault 4 e Renault 5, a que se somam mais dois modelos e o novo ‘Legend’.
Este último, apontado como a nova geração do Renault Twingo por menos de 20 mil euros em 2026, será um puro citadino com consumo limitado a 10 kW/100 km.
O anúncio do novo modelo foi mesmo uma das principais novidades reveladas na conferência, a que se junta o renascido Renault 5 por cerca de 25 mil euros.
São ambiciosos os objectivos para a Ampère definidos pelo grupo Renault: 10 mil milhões de euros de volume de negócios em 2025 com quatro modelos.
E, em 2031, espera atingir mais de 25 mil milhões de euros com sete veículos, com o equilíbrio de contas a ser estabelecido a partir da metade desta década.
Com um objectivo de venda de 300 mil viaturas em 2025, espera atingir o milhão de veículos em 2031 e atingir uma quota de mercado em redor dos 10%.
Haverá também uma actividade complementar, desenvolvida com outras marcas e parceiros como a Alpine, Nissan e Mitsubishi Motors.
O grupo Renault conta realizar uma Oferta Pública Inicial em bolsa no primeiro semestre de 2024, desde que as condições de mercado sejam favoráveis, mas mantendo a forte maioria no capital da Ampére.
Os investidores iniciais Nissan e Mitsubishi Motors "entram" com 800 milhões de euros, estando a Qualcomm Technologies a considerar o seu investimento.
"É uma grande oportunidade para reinventar uma marca gloriosa com 125 anos e que precisa de projectar-se no futuro", afirmou o director do grupo Renault.
Luca de Meo acrescentou que a Ampère terá de fazer o papel de "olheiro" para o resto do grupo na transformação que o sector automóvel está a atravessar.
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