O momento eufórico por que passa a Aston Martin pode vir a provocar uma importante movimentação accionista ou… uma guerra interna! Tudo porque, segundo o diário italiano "Il Messagero", o grupo Investindustrial quer aumentar a sua participação na marca britânica, passando dos actuais 37,5% para 50% e uma posição de controlo efectivo. O problema é que não se vê como será isso possível sem alguns "braços-de-ferro" pelo meio e muito difíceis de vencer…
Embora se defina a Aston Martin como marca britânica, o seu maior accionista, com 54,5% é um consórcio de investidores do Kuwait, seguindo o fundo de investimento italiano, com 37,5%. O restante está distribuído por uma série de accionistas, nomeadamente a Daimler, a casa-mãe da Mercedes, o que ajuda a explicar porque tem o novo Vantage uma mecânica oriunda da Mercedes-AMG.
A Aston Martin tornou-se numa empresa extremamente apetecível, tendo-se valorizado enormemente nestes anos: actualmente, o valor estimado da empresa é de cinco mil milhões de euros, ou seja, cinco vezes mais que em 2012, há apenas cinco anos! Além disso, nos primeiros nove meses deste ano os lucros aumentaram… 84% face ao ano passado, totalizando 633 milhões de euros!
Além disso, depois do
lançamento do novo DB11 e da apresentação do
Vantage, os planos da Aston Martin são ambiciosos e promissores: já são conhecidos os muito exclusivos
Valkyrie e
Valkyrie Pro (autênticas "caixas registadoras"!); vem aí o novo Vanquish e o SUV antecipado pelo
"concept" DBX; fala-se num desportivo de motor central para concorrer com os Ferrari; e há ainda a versão eléctrica da berlina, o
RapidE, e o regresso às versões luxuosas
Lagonda!
Com tudo isto, é natural que a Aston Martin se tenha tornado ultra apetecível. O problema é como conseguirá a Investindustrial chegar aos 50% que pretende para poder controlar a marca… Porque mesmo que conseguisse comprar todas as acções dos pequenos accionistas não chegaria, precisaria sempre de comprar uma parte pertencente ao fundo de investidores do Kuwait, o que parece ser altamente improvável…
Haverá alguma jogada escondida neste anúncio por parte do grupo italiano (eventual valorização interna) ou poderemos estar à beira de uma guerra pela tomada de controlo pela Aston Martin?! Logo agora que tudo estava a correr tão bem, ao ponto de o presidente, Andy Palmer, já assumir abertamente o interesse de produzir um motor para entrar no Mundial de Fórmula 1, com a Red Bull, a partir de 2021.