Andy Palmer, o director executivo da Aston Martin, afirmou aos nossos colegas da revista britânica "Autocar" que o Valkyrie poderá vir a fazer jogo igual com um monolugar de Fórmula 1 no rapidíssimo circuito de Silverstone. É o objectivo mais ambicioso para qualquer hiper-desportivo jamais criado.
O Aston Martin Valkyrie, desenhado por Adrian Newey, promete ser o mais radical dos hiper-desportivos e sabe-se que está a ser construído com tantos ou mais cuidados aerodinâmicos do que os que surgem nos Red Bull de F1. Por um lado, não está condicionado pelos regulamentos, e desde início pôde assumir dois grandes "canais Venturi" na base do chassis, enquanto os F1 estão obrigados a um fundo plano que condiciona o "efeito de solo". Por isso, vai mais além do que qualquer outra proposta como o AMG Project One, que também incorporou tecnologia oriunda da F1.
Os engenheiros da Aston Martin deram o projecto Valkyrie como concluído e admitiram que o grande objectivo passou pela eficácia aerodinâmica e na conquista de "downforce" (carga de cima para baixo) e, ao mesmo tempo, pela necessidade de garantir os compromissos entre um hiper-desportivo radical e as normas legais exigíveis para um veículo que irá andar na estrada.
A Aston Martin mostrou a versão final do seu hiper-desportivo a um lote seleccionado de clientes e tudo parece pronto para o início da produção das 150 unidades previstas, que poderão começar a ser entregues aos clientes ao longo de 2019. Como sempre acontece com qualquer construtor, a Aston Martin destaca o espaço do habitáculo para dois lugares, acessível com portas de abrir "tipo asas de gaivota". E, à semelhança da F1, os clientes do Valkyrie vão ter acesso a bancos feitos à medida da sua ergonomia, associados à estrutura em fibra de carbono.
O motor 6.5 V12 chega aos 900 cv e a sua potência pode ser elevada com um sistema híbrido, com recuperador de energia, que poderá levar a potência máxima (diz-se) até aos 1.130 cv, num hiper-desportivo que poderá pesar apenas uma tonelada. O bloco tem acoplada uma caixa automática de sete velocidades, realizada pela Ricardo, que também equipa os Bugatti e os McLaren.
A Aston Martin já admitiu que vai haver grandes diferenças em termos de peso, aerodinâmica e efeito de solo, entre os modelos que vierem a ser produzidos para uma utilização em estrada e as outras, que se destinam exclusivamente às pistas.
Não há dúvidas: este será algo de novo no universo dos hiper-desportivos, mas o preço (antes de impostos) começa nos 2,5 milhões de euros. É muito?... Não há dúvida, mas os Valkyrie está esgotado.