A fantástica história do BMW 507 tem protagonistas tão inesperados como Elvis Presley…
Tudo começou nos anos 50, numa altura em que a marca da Baviera ainda sofria as consequências da II Guerra Mundial. Descredibilizada perante o mercado automóvel, a BMW precisava de uma cartada forte para dar a volta à situação, e nesse aspecto, o 507 foi uma espécie de "Royal Flush".
Desenhado para fazer frente ao Mercedes-Benz 300SL , o 507 assumiu-se de imediato como um dos roadsters mais marcantes e elegantes dos seus dias. Foi protagonista no Salão Automóvel de Frankfurt em 1955, mas tinha um preço insuportável para a maioria das pessoas. Nascido numa Alemanha pós-guerra, eram poucos os que tinham poder económico para comprar um automóvel destes, por isso, a marca germânica atacou o mercado norte-americano. O seu design impressionou o público de terras do "Tio Sam" e a sua performance não deixou ninguém indiferente.
Mas aquilo que tinha começado de forma muito promissora, rapidamente se tornou num desastre financeiro para a BMW. De facto o 507 tinha voltado a colocar a marca germânica no mapa, mas sempre que um exemplar deixava a fábrica, a empresa da Baviera perdia dinheiro.
Ainda assim, o 507 afirmou-se como uma das criações mais icónicas da BMW. E como só foram feitas 254 unidades, os modelos que "aguentaram" todos estes anos tornaram-se extremamente valiosos. Mas há um 507 mais especial do que todos os outros. Trata-se de um exemplar que pertenceu a… Elvis Presley.
O músico, natural do Tennessee, pagou 3750 dólares por este 507 quando estava a cumprir o serviço militar na Alemanha. O astro do rock escolheu um modelo branco, mas rapidamente se fartou que as fãs escrevessem os números de telefone com batom encarnado na carroçaria e mandou-o pintar de vermelho.
Mas a "vida" deste 507 foi tudo menos uma história de Hollywood. Além de ter sido o modelo usado durante a apresentação no Salão Automóvel de Frankfurt em 1955, foi o carro de testes da imprensa e foi usado em competições pelo piloto Hans Stuck. Só mais tarde, em 1957, chegou às mãos de Elvis, que recebeu o carro em segunda-mão e com um motor acabado de substituir.
Recentemente foi encontrado em péssimas condições (como as imagens atestam) numa espécie de "armazém" que pertencia a Jack Castor, que o adquiriu em 1968. Depois disso, a BMW comprometeu-se a dar-lhe novamente vida, mas antes tornou-o peça central da exposição "Elvis’ BMW 507: lost & found", no museu da marca.
Dois anos depois, o automóvel está praticamente restaurado e pronto a impressionar, como fez na década de 50. O trabalho de recuperação, feito pelo departamento de clássicos da BMW, e que contou com oito fases de restauração, seis etapas de pintura e uma reconstrução completa do motor e da carroçaria, ficou pronto a tempo de ser exibido no Pebble Beach Concours d’Elegance já no próximo dia 21 de Agosto, onde este 507 poderá voltar a brilhar.
Afinal estamos a falar de um automóvel que é considerado por todos como uma das criações mais bonitas da BMW, graças ao seu design intemporal, e que acabou por influenciar as eras futuras da marca germânica.
BMW 507 de Elvis Presley estará em Pebble Beach