Carlos Ghosn, antigo CEO da Renault-Nissan, foi novamente detido pelas autoridades do Japão, depois de ter sido libertado sob fiança há pouco mais de um mês.
A notícia foi avançada esta quarta-feira à noite pela televisão estatal NHK e entretanto confirmada por fontes da acusação que dão conta que Ghosn é suspeito de ter desviado cinco milhões de dólares (4,4 milhões de euros).
Os procuradores do Ministério Público de Tóquio avançam que este dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão.
Ghosn já reagiu ao sucedido e emitiu um comunicado enviado por email, através de um porta-voz nos Estados Unidos. "A minha prisão desta manhã é ultrajante e arbitrária. É parte de outra tentativa de alguns indivíduos na Nissan para me silenciarem, enganando os procuradores" , referiu o empresário, citado pela agência "Reuters".
"Porquê prenderem-me senão para me tentarem quebrar? Não vão conseguir. Sou inocente das acusações infundadas que moveram contra mim", acrescentou Ghosn.
A detenção de Ghosn aconteceu um dia depois do antigo presidente da Nissan ter anunciado, na sua conta oficial no Twitter, que daria uma conferência de imprensa no dia 11 de Abril para "contar a verdade sobre o que está a acontecer".
Recorde-se que o empresário foi preso pela primeira vez em Novembro de 2018 e é acusado de não ter reportado cerca de 82 milhões de dólares (73 milhões de euros) em salários e de ter transferido temporariamente perdas financeiras pessoais para a fabricante japonesa que liderava.