Foi no palco principal da Web Summit que John Krafcik, CEO da Waymo, empresa que nasceu em 2009 como um projecto da Google, anunciou que a empresa está a trabalhar numa frota de táxis autónomos com base na mesma tecnologia que a Waymo tem vindo a testar.
A frota actual da marca é forma por monovolumes Chrysler Pacifica e John Krafcik já anunciou que em breve poderão ser acrescentados a este "catálogo" entre 100 e 500 novos exemplares. Mas o que Krafcik mais vincou é que a Waymo não tem como missão criar apenas um automóvel com tecnologia de condução autónoma, mas sim o derradeiro condutor.
"Não estamos a construir um carro melhor, estamos a construir um condutor melhor", afirmou Krafcik.
"Toda a gente vai beneficiar com a tecnologia de condução autónoma", acrescentou, antes de dizer:
"está claro que as nossas estradas precisam de ser mais seguras", lembrando que
"todos os anos morrem 1.25 milhões de pessoas nas estradas".
Parte da missão da Waymo é tornar as estradas mais seguras e Krafcik acredita que a tecnologia de condução autónoma vai ter um papel fundamental.
"Ao contrário de qualquer sistema de auxílio de condução, que exige que o condutor esteja sempre atento às estradas e assuma o controlo sempre que não consegue lidar com uma situação, o Waymo vai ser o condutor do início ao fim. Ninguém precisa de estar ao volante. Na verdade nem é preciso que esteja alguém sentado no lugar do condutor".
Krafcik quer
"construir o condutor mais experiente do mundo que possa levar alguém ou alguma coisa de forma segura, do ponto A para o ponto B" e lembra que este sistema nunca ficará
"bêbedo, cansado ou distraído".
Sempre que se fala de tecnologia de condução autónoma de Nível 5 - o nível máximo e que já dispensa o condutor, os pedais e o guiador – a "barreira" apontada é quase sempre o ano 2020. Mas John Krafcik anunciou em primeira mão (e mostrou em vídeo – ver abaixo) no palco da Web Summit que a Waymo já anda a testar automóveis sem condutor nas estradas públicas de Phoenix, nos Estados Unidos, e que no próximo mês esta experiência já se vai estender a passageiros fora da empresa.
O "desfile" de números em torno desta experiência é impressionante, já que a Waymo anuncia mais de 5,5 milhões de quilómetros feitos de testes autónomos em mais de 20 cidades. Estamos a falar de uma distância suficiente para dar a volta ao mundo aproximadamente 140 vezes.
Estes números dão segurança à Waymo e, segundo o próprio Krafcik, ao público, já que a confiança nos sistemas autónomos continua a ser o maior desafio que esta tecnologia apresenta. Para combater isso, a Waymo propõe que os ecrãs do automóvel sejam "ocupados" com aquilo que o automóvel está a ver naquele momento. O mesmo é dizer que o mapa da estrada criado pelo conjunto de radares, sensores e câmaras que compõem o sistema de condução autónomo será mostrado, em directo, nos ecrãs dos passageiros.
"Este tipo de comunicação é crucial. Quando as pessoas se sentem confortáveis e confiantes num automóvel completamente autónomo, mais vão querer usá-los no dia-a-dia", atirou Krafcik, antes de dizer:
"Com mais automóveis autónomos na estrada, a forma como pensamos acerca da mobilidade e do transporte também vai mudar".
Carros autónomos da Waymo já andam nas estradas
E este foi o último ponto abordado pelo CEO da Waymo, que propõe um futuro marcado por uma frota de táxis (ou automóveis partilhados) feita à medida de cada um. Todo o acesso será feito através de uma "app" e os utilizadores poderão escolher o tipo de carroçaria que mais lhe convém, desde um enorme SUV a um pequeno citadino.
Mas o elemento comum entre eles é o facto de contarem todos com tecnologia 100 por cento autónoma e que dispensa qualquer tipo de intervenção humana. E essa tecnologia, segundo a própria Waymo, não só está pronta como já se encontra em funcionamento.