Alfonso Albaisa é o chefe do design da Nissan e um dos nomes mais importantes da indústria. Mas se o designer cubano-americano que sucedeu ao lendário Shiro Nakamura é o responsável por veículos como o INFINITI Q60, Q30, Nissan Juke e o mais recente
INFINITI Prototype 9, também já deixou marca noutras áreas, entre elas a náutica.
Chefe de design da Nissan conheceu iate que fez há 27 anos
É que em Agosto de 1990, quando Albaisa estava no seu segundo ano na Nissan, recebeu um pedido de um cliente turco para desenhar um iate. O "briefing" foi muito simples:
"Imagine o Motali [como é denominado o iate]
a atracar na marina no Mónaco. A vista traseira deve ser como nenhuma outra".
Este convite foi o combinar de duas paixões suas, os automóveis e o mar. É que o designer chefe da Nissan cresceu em Miami e desce cedo se habituou a andar no seu iate de seis metros com o irmão. Como tal, juntar este fascínio pelo oceano com o seu trabalho de sonho era um trabalho impossível de recusar.
"Com qualquer iate, o look e a forma são muito importantes, mas com o Motali, foi claro desde início que o mais importante era criar algo verdadeiramente único. É por isso que o desenhei com uma expressão tipo ‘bala’", referiu Albaisa.
Agora, 27 anos depois, Alfonso Albaisa teve (finalmente) oportunidade de ver a sua criação em tamanho real, já que só tinha visto as versões à escala em argila. Surpreendido com o tamanho final, Albaisa adiantou que a maior dificuldade foi passar das quatro rodas para… nenhuma!
"Um carro pode ser tratado como um único pensamento com um gesto suportado por detalhes. Contudo, um iate do tamanho do Motali, o gesto é ditado pela arquitectura. Mais como um edifício do que com um veículo", acrescentou.
Ao contrário do que acontece quando projecta um automóvel, Albaisa precisou de desenvolver este iate com tudo o que o rodeia em mente. Este iate pode estar rodeado de água ou junto das luzes da cidade, e o seu "look" tem de se encaixar nestes vários cenários.
"Num iate o ambiente que o rodeia não é estático, ao contrário do que acontece com um prédio. Mas é sempre majestoso, quer esteja a olhar para uma ilha deserta, o oceano aberto, a marina da cidade ou as luzes da costa. O exterior do Motali tem de se encaixar em todos estes ambientes", afirmou Alfonso Albaisa.
Ainda assim, foi o interior que mais desafios apresentou, já que além de todos os elementos funcionais este designer teve de ser capaz de criar uma experiência.
"O habitáculo teve de ser mais que um interior. Foi desenhado para dar aos passageiros uma experiência de viagem", concluiu.