Clio: Um quarto de século de sucesso

Depois de 25 anos, quatro gerações e 13 milhões de carros vendidos, é impossível não olhar para o Clio como um caso de sucesso e os títulos falam por si. Veículo francês mais vendido de todos os tempos no mundo, primeiro a conquistar duas vezes o título de Carro do Ano na Europa, veículo mais vendido na França em 18 dos 25 últimos anos e líder do seu segmento na Europa em 2014 e 2015 (entre o total de veículos de passeio e veículos comerciais leves).

Anunciado em 1990, o Clio – nome de uma musa da mitologia grega que significa "que tem glória, fama ou reputação" – afirmou-se desde logo como um carro pequeno que "tem tudo de um grande".

Apesar de carregar a herança do Renault 5, um dos maiores sucessos da indústria automóvel, o Clio assumiu-se desde logo como um "passo à frente" relativamente ao modelo 5. Incluindo no nome, é que a partir do Clio a Renault deixou de designar por números os seus modelos passando cada um a ter um nome próprio.

A consagração do Clio surgiu apenas um ano depois do seu lançamento, já que em 1991 venceu pela primeira vez o título de Carro do Ano na Europa, fruto não só do seu desenho exterior mas sobretudo por culpa do interior e da sua gama de equipamentos, digna de segmentos mais caros. "O novo carro compacto tem um estilo surpreendente, bom nível de qualidade, espaço generoso e uma profusão de equipamentos jamais vista em um modelo deste porte", afirmou o júri.

Quatro gerações. Oito anos depois do primeiro Clio, foi lançada a segunda geração. Além de 7 cm adicionais e motorizações de 16 válvulas, o novo Clio trouxe mais segurança. Toda a gama passou a ser equipada com ABS e airbags, incluindo airbags laterais.

Já o Clio de terceira geração entrou no mercado europeu em 2005. Maior (3,99 m) e mais confortável, o Clio 3 oferecia oito airbags e foi o primeiro automóvel da sua categoria a conseguir as 5 estrelas nos testes EuroNCAP. Estas qualidade voltaram a ser reconhecidas e a recompensa apareceu sob a forma de título de Carro do Ano na Europa em 2006. O Clio tornou-se assim no primeiro veículo a vencer este prémio duas vezes.

Em 2012, a quarta geração do Clio viu a luz do dia e apareceu bastante renovado, quebrando as linhas vistas nas três primeiras gerações deste modelo, muito por culpa do DeZir, Concept Car que serviu de ponto de partida para o Clio 4.

Alma desportiva. O Clio vingou precisamente por ser um carro capaz de servir as massas - não é à toa que vendeu 13 milhões de unidades -, no entanto, consegue adaptar-se a outras exigências. E foi com base nisto que o Clio passou a ser a cobaia preferida da Renault Sport, o departamento desportivo da marca francesa.

Em 1998, no Salão Automóvel de Paris, o Clio V6 foi apresentado sob a forma de "show car", acabando por ser produzido em série limitada para delírio de todos. Equipado com um motor traseiro de 3 litros e 6 cilindros, o Clio V6 "carregava" 230 cavalos. Mas em 2003, sofreu um "update" e passou a debitar 255 cavalos e a completar os 0 aos 100 km/s em 5,8 segundos.

Este foi o ponto de partida para tudo o que seguiu, já que cada geração passou a contemplar uma versão de cariz desportivo assinada pela Renault Sport. Foi assim com o Clio 3 RS, equipado com 197 cv em 2006, o Clio 4 RS de 200 cv em 2013 e o Clio RS Trophy com 220 cv em 2015. Mais recentemente, no passado mês de maio, foi apresentada a última criação da Renault Sport. Chama-se Clio R.S. 16 e carrega em si um motor 2.0 turbo de 275 cv.

Crescimento da Renault. Apesar do Clio 1 medir 3,71 m e a actual geração medir 4,06 m, não foi só em comprimento que o Clio cresceu. Este modelo foi ganhando cada vez mais quota de mercado e com isso foi impulsionando a Renault para o topo das tabelas de vendas. Quando o Clio surgiu a Renault comercializava 1,8 milhões de veículos em todo o mundo e hoje em dia vende 2,8 milhões. Os números não mentem. 13 milhões de unidades vendidas depois, o Clio tem tudo para continuar "sentado" na cadeira do poder.