Conheça já o interior do novo Mercedes G que chega em Janeiro

O Mercedes Classe G é um ícone no universo dos veículos de todo-o-terreno. É a proposta mais radical que o dinheiro pode pagar e é necessário muito dinheiro para comprar o modelo mais caro do catálogo da Mercedes, apesar de ser um jurássico que tem origem em 1979.

Mas o "velho" Classe G vai dar origem ao novo Classe G. Apenas se mantêm os fechos das portas e a cobertura do pneu sobressalente na traseira (opcional), mas apesar de tudo ninguém espera por grandes diferenças no modelo que será apresentado em meados de Janeiro no Salão de Detroit.

A imagem será retocada mas não há uma revolução no design. As maiores alterações devem surgir no habitáculo e esse já o vimos: é clara uma evolução na forma e nos conteúdos tecnológicos.

Mostraram-nos o modelo num sala escura, onde a Mercedes não permitiu dar a perceber a nova imagem do Classe G, mas mostrou o seu habitáculo. Gostámos da posição de condução, aplaudimos o aumento do espaço ao nível dos ombros (falaram-nos em 10 centímetros) mas uma coisa é certa, o braço esquerdo deixa de bater na porta. Tudo é diferente para além da pega que surge no tablier, à frente do lugar do passageiro.

Há mais espaço à frente, mas também para os ocupantes dos bancos traseiros, o que é evidente ao nível dos joelhos. Passa a ser possível alterar a configuração dos bancos e mudar a configuração base para garantir mais conforto.

O tablier foi totalmente reformulado e ganhou em termos de imagem, funcionalidade e tecnologia, assumindo o design que tem marcado os últimos modelos da marca de Estugarda. As versões mais equipadas contam com dois ecrãs de 12,3 polegadas que permitem uma configuração a gosto, com várias propostas em termos de imagem e no tipo de informação.

A modernidade é evidente ao nível do interior. Resta esperar para ver até onde foi a Mercedes ao nível da imagem deste modelo icónico, com uma história que começou em 1979...

Do passado ao presente

1979 – Nasceu uma lenda. A Mercedes apresentou o Classe G com quatro opções de motor e a escolha de uma carroçaria com duas distâncias entre eixos capazes de proporcionar duas ou quatro portas

1980 – Uma versão profundamente alterada do 230 G foi desenvolvida para ser utilizada pelo Papa. Foi um modelo tão marcante que passou a ser conhecido como "papamobile"

1983 – Jacky Ickx, na altura um dos pilotos mais reputados do mundo, conseguiu convencer a Mercedes a desenvolver um modelo para participar no Rali Paris-Dakar. A marca alemã criou o 280 GE com uma distância entre eixos dilatada. Este protótipo permitiu a Jacky Ickx e Claude Brasseur garantir a vitória

1989 – Para marcar o décimo aniversário, o G foi profundamente revisto e a série 463 passou a contar com um interior requintado e uma suspensão tão confortável quanto possível para um modelo radical que também teve uma versão descapotável

1999 – Vinte anos depois do primeiro Classe G, a Mercedes apresentou o G55 AMG com 354 cv oferecidos por um motor V8 aspirado

2012 – Um profundo restyling alterou a imagem da carroçaria e garantiu um habitáculo mais requintado e, apesar dos anos, continuou a ser um dos modelos mais cobiçados da marca de Estugarda

2013 – Talvez seja o mais radical G de sempre. Com um chassis extra-longo e seis rodas motrizes, a pick-up G63 AMG 6x6 foi uma série especial capaz de superar os mais radicais desafios fora de estrada, inspirando ao mesmo tempo vários projectos que foram surgindo

2015 – Com base na radicalização do chassis e suspensão do G63 6x6, a AMG avançou com o ainda mais radical dos G. Chama-se G 4x4² e, a par de todo o potencial fora de estrada desta família de modelos, garantiu uma altura ao solo tão elevada que quase se pode dizer que, onde um destes modelos não chegar, nenhum outro veículo de quatro rodas o conseguirá fazer

2017 – Com base no G 4x4², a Mercedes realizou aquele que talvez seja o mais exclusivo, luxuoso e requintado 4x4 de sempre. Chama-se Maybach G650 Landaulet, referência que tem a ver com os automóveis do passado, onde os lugares traseiros podiam ser descapotáveis. A Mercedes decidiu produzir 99 unidades e, antes da apresentação, já estavam todas vendidas.