São pouco ou nada conhecidos, na Europa ocidental, os carros que se construíram para lá da "Cortina de Ferro" durante a Guerra Fria.
Então no que respeita aos desportivos para as pistas de corrida, a ignorância é mesmo quase absoluta. Todavia, houve alguns modelos que se destacaram nos países que estiveram sob a esfera da influência soviética.
O Skoda 1100 OHC Coupé foi um desses ilustres desconhecidos, que agora foi recuperado para celebrar os 120 anos da divisão desportiva da insígnia checa.
Desenvolvido em segredo a partir de 1956, sob o nome de código 968, o Skoda 1100 OHC Coupé destinava-se às provas de resistência.
Os engenheiros da marca aproveitaram a tecnologia de ponta disponível naquela altura para criarem um desportivo notável.
A carroçaria em alumínio, montada sobre um chassis multitubular muito leve, permitiu reduzir drasticamente o peso do carro para 555 quilos.
Estava dotado de suspensões trapezoidais no eixo dianteiro, enquanto o eixo traseiro estava acoplado a uma suspensão de braços.
A alimentar o desportivo estava um bloco de 1.1 litros naturalmente aspirado, com quatro cilindros em linha, desenvolvido a partir do motor que equipava o Skoda Spartak 440.
Todavia, os 40 cv originais foram elevados até aos 92 cv, graças à optimização das câmaras de combustão e do accionamento das válvulas OHC.
Equipado com uma caixa manual de cinco relações, a ligeireza do seu peso permitia-lhe chegar aos 200 km/hora, uma velocidade muito respeitável no início da década de 60.
Devido a clima político da época e às mudanças nos regulamentos, que eliminou a categoria com motores abaixo dos 1.100 cc, apenas dois Skoda 1100 OHC Coupé foram construídos.
Já nenhum deles existe, no entanto, depois de terem vítimas de acidentes rodoviários quando passaram para mãos privadas em 1966.
Felizmente, o museu da Skoda na cidade checa de Mladá Boleslav, guardou quase toda a documentação do projecto, assim como alguns componentes originais.
Com a colaboração do centro de protótipos da insígnia, um Skoda 1100 OHC Coupé foi reconstruído quase de raiz. O trabalho mais difícil foi reproduzir, às vezes com um golpe de martelo, a carroçaria em alumínio.
Claro que os técnicos recorreram a tecnologias modernas na reconstrução, como o desenho em 3D, para recriar virtualmente o modelo antes de passarem à sua construção.
Terminado o projecto, o desportivo é agora uma das estrelas do museu da marca checa.
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