Um em cada dois consumidores afirma que o seu próximo carro será híbrido ou eléctrico, e nove em cada dez estão dispostos a pagar 35 mil euros, no máximo, por uma viatura eléctrica.
A mesma amostra assume que os consumidores estão dispostos a pagar mais para poder usufruir de tecnologia adicional nas áreas de conectividade, entretenimento e sistemas de apoio à condução.
São algumas das conclusões que se podem retirar do estudo As Redes de Retalho Automóvel em Portugal – O Presente e o Futuro do Sector, apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Os dados foram obtidos no âmbito de um inquérito realizado junto dos consumidores nacionais, elaborado por uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG).
O mesmo estudo indica ainda que a aposta em soluções de mobilidade mais verdes e em tecnologias são cada vez mais uma tendência à qual as marcas e concessionários têm de estar atentas.
Os dados revelam que o parque automóvel de veículos de passageiros ligeiros deverá ser composto, em 2025, por 12,6% de veículos eléctricos e híbridos, e 87%4 por viaturas a gasolina e a gasóleo.
Apesar do ritmo crescente de vendas de novos veículos ligeiros de passageiros, com os híbridos e eléctricos a representarem mais de metade em 2025, a substituição do parque automóvel será feita um ritmo muito lento.
A idade média do parque de veículos ligeiros de passageiros no nosso país, em 2020, situava-se nos 12,8 anos, muito acima dos números da média europeia.
A pandemia da Covid-19 teve um impacto devastador no volume de negócios, com o sector do retalho automóvel a ter uma quebra na procura final superior a 3.597 milhões de euros.
O valor da produção de todos os sectores reduziu-se em mais de 5.528 milhões de euros, e o VAB, que mede o impacto no PIB, caiu 2.494 milhões de euros.
Em função da quebra na procura, a receita fiscal sofreu uma diminuição de 16 milhões de euros, em resultado da diminuição do IVA.
Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP), Hélder Pedro, insistiu que deve haver mais incentivos da parte do Estado para a compra de veículos electrificados.
"Se a opção, como o nosso Governo e a União Europeia dizem, é a mobilidade elcétrica, também devem os poderes públicos fazer a sua parte" através de incentivos e compensações.
"O Fundo Ambiental serve exactamente para isso", acrescentou o responsável, que apontou que a maioria dos portugueses "não têm ainda capacidade financeira para fazer essa troca".
Entre as medidas propostas esteve a revogação, a breve prazo, do adicional do ISP, criado em 2004, mas "que tem sido sucessivamente renovado nos Orçamentos do Estado".
De igual forma, foi abordada a implementação de "um programa de incentivos directos" à aquisição de carros eléctricos consistente e previsível, ao invés da actual "corrida" aos subsídios ou à recuperação dos incentivos ao abate de veículos em fim de vida.
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