Não, desta vez este Ferrari F40 a apodrecer ao sol não foi encontrado num barracão perdido na América rural.
Reconhecido como um dos super desportivos mais belos saídos da fábrica de Maranello, o super desportivo está "estacionado" no Iraque desde 2012, num parque ao lado de uma bomba de gasolina.
O seu dono? Nem mais nem menos do que Uday, o filho mais velho do ditador Saddam Hussein.
E não há hipótese que alguma vez o venha a recuperar já que foi perseguido e morto, em 2003, pelos soldados americanos na segunda Guerra do Golfo.
Segundo reza a história, este Ferrari F40, lançado em 1987 para celebrar os 40 anos da insígnia italiana, terá sido comprado por Uday Hussein em 1990, pouco tempo antes de rebentar a primeira Guerra do Golfo.
Com uma produção limitada a 1.315 exemplares, foi o primeiro super carro da marca a usar materiais como a fibra de carbono e o ‘kevlar’ na construção da carroçaria.
Um bloco V8 biturbo de 2.9 litros oferece 478 cv de potência e 577 Nm de binário, passados às rodas traseiras através de uma caixa manual de cinco relações.
O desempenho na estrada também é superlativo: 4,4 segundos dos zero aos 100 km/hora, para uma velocidade máxima de 324 km/hora.
Aparentemente, o "foguete" estava a ser reparado numa oficina de Erbil quando se deu a segunda invasão do país pelas forças militares norte-americanas.
Uday Hussein, apontado como um dos alvos a abater, não ter-se-á preocupado muito para o recuperar; salvar a própria vida era o que mais lhe importava… mas sem sucesso.
Não há a certeza, no entanto, que esta história seja real, depois de ter ressurgido por estas semanas em diversos portais da Internet.
A razão é simples; as fotografias que acompanham a notícia (e que pode apreciar na nossa fotogaleria) são as mesmas que foram publicadas há oito anos!
O F40 nem sequer está muito maltratado embora já não sejam originais de fábrica o volante e o depósito de água, que é da Nissan.
Estranho mesmo é que os pneus parecem não ter perdido qualquer ar, o que reforça a ideia de que o super carro serviu para dar umas voltinhas no deserto iraquiano.
Colecção milionária
O Ferrari F40 é apenas um das muitas raridades que o filho de Saddam Hussein comprou como quem vai uma doçaria comprar rebuçados ao quilo.
Dizem as más-línguas que a sua colecção ultrapassava mais de mil peças de arte sobre quatro rodas, espalhadas por vários abrigos subterrâneos secretos.
A larga maioria terá sido destruída, não nos bombardeamentos terrestres e aéreos, mas antes pelo pai, como quem pune uma criança mal comportada.
Conhecido pelo seu temperamento ultra-violento e pelo seu desprezo pela vida dos seus servos, Uday Hussein assassinou em 1988 o criado favorito do pai.
Como castigo, Saddam Husseim condenou-o à morte mas depois alterou a condenação por uns anos no exílio fora do Iraque.
Em 1995, já regressado ao país, feriu a tiro o meio-irmão num jantar, o que levou o pai a perceber que o rapaz rebelde não tinha aprendido a lição.
O castigo? Deitou fogo à colecção de carros do filho que incluía dezenas de edições especiais da Rolls-Royce, Ferrari, Porsche, Chevrolet, Lamborghini e Plymouth.
Rindo de forma louca, o ex-ditador contou aos guardas que o mantinham sob vigilância na prisão, após a sua captura pelas forças norte-americanas em 2003, como assistiu com alegria àquele braseiro infernal.
Mesmo assim, as tropas invasoras encontraram ainda várias relíquias que escaparam ao desvario da família Hussein.
Entre eles encontravam-se um Ferrari Testarossa cor-de-rosa, um par de Porsche 911, um Nissan 370Z Nismo e um BMW Z1.
Claro que nenhum deles ficou para contar a história. Um raríssimo Lamborghini LM-002, do qual só foram fabricados328 exemplares, foi testado como carro-bomba pelas forças americanas!
Outros foram saqueados e destruídos por iraquianos em jeito de vingança. Aprecie na nossa fotogaleria o estado em que eles ficaram!