Depois de ter recuperado um Peugeot 205 GTI de forma sublime, a Tolman Engineering voltou a fazer das suas com um "clássico" que marcou os anos 80.
E, no entanto, o restauro deste Ford Escort XR3, lançado em 1980, tinha todos os ingredientes para não chegar a bom porto.
Felizmente ninguém desistiu: dos mais de 11 mil unidades produzidos na fábrica britânica de Halewood, só 200 subsistem mas sem o brilho deste exemplar.
A história da recuperação deste desportivo começou quando a Tolman Engineering recebeu uma carroçaria por acabar e duas paletes de peças.
O último restaurador decidiu atirar a toalha ao chão face às dificuldades encontradas, deixando em desespero o cliente que lhe entregou o projecto.
Pior ainda é que não havia um histórico sobre o que já tinha sido feito nem sobre as peças que estavam em falta.
Identificados os elementos ausentes, a empresa britânica vasculhou desde o eBay até aos armazéns de coleccionadores, sem esquecer as sucateiras.
Mesmo assim, alguns componentes permaneceram indefinidos, o que obrigou a restauradora a projectá-los de novo e a fabricá-los em empresas locais.
A atenção aos detalhes foi impressionante, com as afinações imprimidas a serem mais efectivas do que quando o Escort XR3 saiu da linha de produção.
O desportivo foi desmontado e os painéis de chapa recuperados na pequena metalurgia da empresa, para a montagem ser ainda melhor do que a original.
Pormenores que muitos deixam para trás também não aconteceram, com os sistema de travagem e de escape a terem agora materiais de melhor qualidade.
Os vidros foram todos polidos e o tabliê completamente desmontado; até os ponteiros da instrumentação recuperaram o laranja com que saíram da fábrica.
Nem sequer foram esquecidos os autocolantes Identicar da época, que serão colocados à venda para ajudar outros restauradores com os mesmos dilemas.
Não poderia faltar a recuperação do motor de 1.6 litros com quatro cilindros, para atingir os 96 cv e 132 Nm, assim como a caixa manual de quatro relações.
Uma certeza é que este Escort XR3 conseguirá voltar a acelerar dos zero aos 100 km/hora em 9,7 segundos para uma velocidade de ponta de 182 km/hora.
Os números são modestos para a actualidade mas, no arranque da década de 1980, eram mais do que positivos.
Dezoito meses passados, foi dado por concluído o projecto, com o desportivo a exibir uma fantástica beleza com a pintura Sunburst Red original.
Mais feliz com o resultado final deverá estar o dono, que agora pretende exibir o desportivo numa série de eventos e concursos automóveis em 2024.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?