O Grupo BMW, a Daimler, a Ford e o Grupo VW anunciaram hoje que vão construir uma rede de postos de carregamentos rápidos nas principais estradas da Europa, numa "colaboração sem precedentes", segundo as próprias empresas afirmaram em comunicado.
Os trabalhos arrancam em 2017, com as quatro empresas a construírem já cerca de 400 postos de carregamento (dos cerca de 1000 que pretendem fazer).
"A experiência de carregamento deverá evoluir de forma a tornar-se tão conveniente quanto o reabastecimento em postos de combustíveis convencionais", pode ler-se no comunicado conjunto.
Esta rede de carregamentos rápidos terá níveis de potência na ordem dos 350 kW e será significativamente mais rápida do que os sistemas a que actualmente termos acesso. E se em termos de mobilidade este é um passo "gigante", igualmente importante é esta sinergia entre grupos e fabricantes concorrentes.
"O projecto conjunto é outro marco importante que demonstra claramente que os concorrentes estão a combinar forças para acelerar a mobilidade eléctrica", afirmou Harald Krüger, CEO da BMW.
Ford, VW, BMW e Daimler juntos para criar rede de carregamento rápidos
"A disponibilidade de estações de carregamento de alta potência permite, pela primeira vez, a mobilidade eléctrica de longa distância e vai convencer cada vez mais condutores a optar por um veículo eléctrico", declarou Dieter Zetsche, CEO da Daimler. Já Mark Fiueld, CEO da Ford, adianta que esta nova rede
"é importante para a adopção massiva dos veículos eléctricos e tem potencial para transformar as possibilidades da condução eléctrica".
Esta rede estará apenas disponível para carros que estejam equipados com o sistema de carregamento CCS (Combined Charging System), que por causa deste anúncio poderá "ganhar" terreno em relação a outros sistemas no sentido de se tornar cada vez mais o sistema de referência.
Os modelos da sub-marca "i" da BMW,
i3 e i8, já usam este método de carregamento, tal como os Volkswagen e-Up e e-Golf. O mesmo irá acontecer no futuro com os modelos eléctricos da Ford e com os os carros da "gama" eléctrica da Mercedes, a
Generation EQ.
Curioso é o facto do Grupo PSA (Citroën, Peugeot e DS) e da Aliança Renault/Nissan (
sendo que esta última se tornou recentemente na maior accionista da Mitsubishi) terem sido "deixados de fora" deste acordo, ainda para mais quando vemos no catálogo de eléctricos franceses modelos como o
Renault Zoe ou o Nissan Leaf, dois dos modelos (eléctricos) que mais vendas registaram nos últimos anos. Mas é uma decisão que se explica com o facto destes fabricantes usarem um sistema de carregador diferente, denominado "ChaDeMo", face ao sistema "CCS" que esta nova rede vai adoptar. O mesmo acontece com a Tesla, que já tem o seu próprio sistema de carregamento rápido.
Ainda não se sabe se esta futura rede de carregamentos rápidos será de utilização gratuita ou paga. Mas este tipo de detalhes só deverá ser revelado no início de 2017, altura em que este "acordo" vai ter o seu arranque oficial.