Quando se fala de "hacking" aos veículos autónomos, a preocupação que mais salta à vista é o facto de alguém conseguir assumir o controlo remoto do nosso automóvel, ficando responsável pela velocidade, pela direcção e… por nos "atirar" para fora da estrada! Mas este poderá não ser o maior problema dos condutores.
De acordo com a opinião de vários especialistas, os "hackers" não estão interessados em causar acidentes mas sim em roubar o máximo de informação que conseguirem sobre nós, para depois a venderem.
"Assumir o controlo de um automóvel à distância seria algo psicótico de se fazer. Poucas pessoas iriam querer fazê-lo", garantiu Craig Smith, director de pesquisa de segurança da "Rapid7", uma empresa de cibersegurança.
"Aqueles que dedicam muito tempo e energia geralmente estão atrás de informações", concluiu.
Já Andre Weimerskirch, vice presidente da "Lear Corp" afirmou que o dinheiro será um factor muito mais motivador do que a vontade de fazer mal a alguém (assumir o controlo de um veículo para causar um acidente, por exemplo).
"Os atacantes irão tentar tirar proveito de situações que se traduzam num incentivo financeiro e os ataques à segurança não são uma forma óbvia de receber dinheiro de volta", atirou Weimerskirch.
As atenções estarão então viradas para situações tais como: abrir remotamente um veículo e roubá-lo, exigindo depois dinheiro ao dono para o devolver; aceder aos dados de cartões de crédito dos smartphones que estiverem ligados ao automóvel; ou aceder à localização dos automóveis (confirmando que não estão em casa) para roubar a residência dos condutores.
Mas Weimeerskirch vai mais longe.
"As conversas na parte de trás de uma limousine podem ser muito valiosas. Isso é muito mais interessante para um hacker", concluiu.
Di Ma, professora na "University of Michigan Transportation Research Institute", acrescentou ainda que os ataques por parte de "hackers" aos automóveis ligados em rede são (só) uma questão de tempo. De acordo com dados da "IHS Automotive", de todos os veículos novos vendidos globalmente em 2020, 55 por cento estarão "conectados" em rede e metade dos automóveis que andarão nas estradas terão algum tipo de conectividade, pelo que este futuro está cada vez mais perto!