É uma das grandes apostas para ligar mais depressa as principais cidades do gigante asiático. A empresa estatal China Railway Rolling Corporation (CRRC) revelou, na última semana, o protótipo daquele que será o seu novo comboio de levitação magnética.
Concebido para atingir velocidades até 600 km/hora, o ‘maglev’ chinês que acabou de sair da linha de produção de Qingdao, na província de Shandong, irá agora sofrer os testes mais duros até final de 2020, para, no ano seguinte, entrar em produção efectiva.
O otimismo para o sucesso do projecto é reinante, como confirma Ding Sansan, director de engenharia da CRRC. "Tomemos como exemplo a ligação entre Pequim e Xangai", explica o responsável. "De avião, a viagem demora 4h30, e 5h30 em comboio de alta velocidade. No ‘maglev’, a jornada deverá demorar 3h30 apenas."
Recorde-se que um avião comercial voa entre os 800 e 900 km/hora em velocidade de cruzeiro, enquanto um comboio de alta velocidade não ultrapassa os 350 km/hora.
Esta tecnologia, em teoria, é aparentemente simples: os comboios ‘maglev’ usam a levitação magnética para se elevarem do solo e serem deslocados sobre um "colchão de ar", reduzindo o atrito entre os elementos.
Mesmo assim, foram necessários três anos de investigação até a equipa de engenharia liderada por Ding Sansan desenvolver uma carroçaria-base de materiais leves mas de elevada resistência onde assentou a construção de cinco protótipos.
Neste momento, a CRRC está a construir em Qingdao um centro de testes e outro de produção dos protótipos do ‘maglev’, que deverão entrar em plena actividade na segunda metade deste ano.
Quando se fala de comboios de alta velocidade são logo recordados o TGV francês, e, principalmente, o comboio-bala japonês. Os caminhos de ferro nipónicos, no entanto, foram os primeiros a ultrapassar os 600 km/hora em testes com um ‘maglev’.
Aliás, o Japão está já a construir a linha Chuo Shinkansen, que irá ligar as cidades de Tóquio, Nagoia e Osaka por ‘maglev’ a mais de 500 km/hora de velocidade comercial. A primeira fase, entre a capital japonesa e Nagóia, deverá entrar ao serviço em 2027.
Na China, por seu lado, está em exploração comercial, desde 2002, uma linha ‘maglev’ com 30 quilómetros de extensão. A ligação entre o aeroporto de Xangai e o centro da cidade é feita a mais de 430 km/hora, sendo o sistema ‘maglev’ mais rápido do momento a nível mundial.