Os Mercedes 540 K fazem parte de uma época de ouro da indústria automóvel alemã, num período em que o partido nazi apoiava os projectos mais ambiciosos da indústria. Surgiu como uma evolução natural do icónico 500 K e o motor de oito cilindros em linha viu a sua cilindrada aumentada para 5 401 cc que graças a um compressor Roots garantia 180 cv de potência.
Entre 1935 e 1939, no apogeu da capacidade da fábrica de Sindelfingen, foram produzidos 419 chassis e pensa-se que destes apenas 25 eram roadsters. O chassis 408383 foi encomendado em Agosto de 1939 por Rolf Horn, que geria com o irmão a uma reputada galeria de arte em Berlim. O roadster foi construído sob a sua supervisão e muitos dos detalhes e o requintado interior foram definidos pelo comprador, que acabou por não desfrutar muito do modelo devido ao início da II Guerra Mundial.
No final do conflito o 540 K foi encontrado na zona de Berlim controlada pelo exército soviético e foi utilizado pelos russos até 1953. Em 1960, o sueco Alf Johansson, que trabalhou 10 anos em Moscovo, conheceu o russo Arthur Leshitin, que localizara muitos carros importantes no território da União Soviética e adquiriu o 540 K, utilizando-o regularmente em Moscovo. Não era fácil retirá-lo da União Soviética, mas Alf Johansson limitou-se a conduzi-lo através da fronteira e não foi incomodado.
Uma década depois o Mercedes foi vendido a Tom Barrett, um coleccionador/comerciante americano, e integrou colecções privadas. Em 2011 a sua originalidade foi confirmada. Agora, o modelo será leiloado no próximo mês no Arizona pela RM Auctions, estando avaliando entre 7,4 e 8,4 milhões de dólares (6,4/6,8 milhões de euros).