Mercedes-AMG revela por fim o F1 para a estrada. Eis o Project ONE!

Depois de inúmeros "teasers" que nos deixaram com "água na boca", a Mercedes-AMG revelou finalmente ao mundo o seu hipercarro com tecnologia inspirada na Fórmula 1. Era sem sombra de dúvidas uma das novidades mais aguardadas do Salão de Frankfurt e não desiludiu.

Denominado Project ONE, este F1 homologado para a estrada é um monstro com mais de 1000 cv de potência e foi conduzido até ao palco por... Lewis Hamilton! Antes disso já tinham sido mostrados o "Silver Arrow" de 1954 e o W08 EQ Hybrid com que Hamilton e Bottas correm na F1, numa alusão ao ADN de competição da marca de Estugarda, que vem de três triunfos de constructores consecutivos na Fórmula 1.

Mas as referências ao mundo da F1 não se esgotam aqui, nem podem. É que este Project ONE usa muita tecnologia desenvolvida pela Mercedes-AMG Petronas Motorsport, a começar logo pelo motor, que é uma derivação do bloco V6 turbo de 1.6 litros do monolugar desta temporada. Este Project ONE conta com quatro motores eléctricos: um no eixo traseiro e dois no eixo dianteiro (um por roda e cada um com uma embraiagem própria), todos com 120 kW de potência (o equivalente a 163 cv), aos quais se juntam um motor eléctrico de 90 kW (equivalente a 122 cv) que tem como missão certificar-se que o turbo garanta o máximo de potência sempre que "entra em acção".

A alimentar tudo isto está uma enorme "placa" de baterias de iões de lítio (pesam cerca de 100 kg) situada por baixo dos bancos dianteiros, para manter o centro de gravidade baixo. A Mercedes garante que vai conseguir recuperar (e armazenar nas baterias) cerca de oito por cento da energia gerada nas travagens. Recorrendo exclusivamente aos quatro motores eléctricos este Project ONE é capaz de percorrer aproximadamente 25 quilómetros.

Contas feitas, este "monstro" vai ultrapassar os 1000 cv de potência e graças à avançada transmissão de oito velocidades será capaz de acelerar até aos 350 km/h e passar dos 0 aos 200 km/h em menos de seis segundos. São registos impressionantes e que atestam bem das credencias de competição desta máquina que assinala o 50.º aniversário da Mercedes-AMG.

Mas tão radicais quanto as "performances" são as linhas do design deste Project ONE, a começar logo na enorme tomada de ar acima do tejadilho e a saída de escape (única) em posição central, já para não falar das jantes de desenho exclusivo de 19" (à frente) e 20 polegadas (atrás), montadas em pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 de 285 mm de largura à frente e 335 mm de largura atrás.

São detalhes que juntamente com o "cockpit" em posição avançada e os enormes arcos das rodas garantem a este hipercarro com assinatura Mercedes-AMG um "look" agressivo e "musculado". A dianteira é marcada por várias entradas de ar e por uma enorme grelha com o "lettering" AMG bem visível, já para não falar da assinatura luminosa, onde se destacam os LED diurnos curvos e os grupos ópticos dianteiros.

Avançando para a secção traseira destaca-se a "barbatana" derivada da F1 e que melhora a estabilidade lateral quando se curva a grande velocidade. Esta secção está ligada à entrada de ar do tejadilho que permite que enormes volumes de ar entrem directamente no motor. A linha do tejadilho é dominada por estes dois elementos, mas se olharmos para o Project ONE numa perspectiva traseira é o enorme "spoiler" (activo) e o difusor de ar que mais saltam à vista.

Não há dúvidas que todas as "linhas e arestas" foram pensadas para optimizar o mais possível o coeficiente aerodinâmico deste "F1 das estradas", mas apesar dos vários suportes aerodinâmicos a imagem deste modelo é bastante elegante, combinando a cor da carroçaria com vários elementos em fibra de carbono exposta e com o tradicional verde da equipa AMG Petronas, com a particularidade do design verde nas laterais ter sido feito pelo mesmo artista que desenhou o gráfico verde do monolugar de Hamilton e Bottas.

Avançando para o interior destaca-se o volante inspirado no modelo da F1 e a simplicidade de um habitáculo feito á medida de dois ocupantes. Dois ecrãs de 10 polegadas tratam de apresentar toda a informação disponível no momento e quer os bancos de competição (em fibra de carbono) com enorme apoio lateral quer os pedais e o volante podem ser ajustados para optimizar a posição de condução. Ainda assim, e tal como acontece com a carroçaria, tudo foi pensado e desenhado de forma a optimizar o rendimento.

Estima-se que a produção deste "F1 das estrads" arranque na segunda metade de 2019 e que seja limitada a apenas 275 unidades. Cada exemplar deverá custar aproximadamente 2,3 milhões de euros... antes de impostos!