Bullitt é um nome que faz vibrar todos os apaixonados pelo Ford Mustang, um dos modelos icónicos da indústria automóvel americana, mas se fosse vendido em Portugal custaria quase o dobro do que custa na maioria dos países europeus.
Trata-se de uma série limitada e foi realizado para celebrar o cinquentenário do filme homónimo, que colocou o coupé na galeria dos famosos de Hollywood e consagrou Steve McQueen como actor.
É este o carro que qualquer fã do Mustang gostaria de ter, mas não o pode comprar em Portugal. A marca não o vai lançar no mercado nacional, porque, devido à fiscalidade aberrante que continuamos a ter, o seu preço não faz sentido.
Se chegasse ao mercado seria vendido por um valor na casa dos 100.000 €, só que mais do dobro deste valor reverteria directamente para o Ministério das Finanças sob a forma de impostos.
Quando se diz que em Portugal a fiscalidade automóvel é um "roubo", basta comparar o preço do Ford Mustang Bullitt no nosso país e noutros mercados europeus, onde estão a ser vendidas as primeiras unidades:
PORTUGAL – 100.000 € (estimado)
REINO UNIDO – 53.800 €
FRANÇA – 54.900 €
ITÁLIA – 57.400 €
Estes valores mostram que algo continua a estar muito errado numa Europa que apregoa o mercado único e políticas comuns, mas continua a permitir aberrações fiscais que distorcem qualquer noção de unidade e convergência no espaço europeu.
Em Portugal apenas teremos direito à memória das imagens do Mustang nas ruas de São Francisco, com os pneus a fumegar e o cantar do motor V8 que deram origem ao mito.
É certo que há grandes diferenças entre o Mustang do filme e o Bullitt dos tempos modernos. Mas o motor continua a ser um V8, agora com 5.0 litros de cilindrada. Tem colectores de admissão modificados. Debita 459 cv e garante 529 Nm de binário. O controlo de estabilidade foi herdado do Shelby Mustang GT350 e a suspensão adaptativa MagneRide adapta-se ao tipo de piso. O som do escape foi regulado (Active Valve Performance Exaust) para replicar de forma tão exacta quanto possível o roncar do motor de há 50 anos.
Como é obvio, o novo Bullitt só poderia ter uma carroçaria pintada de verde, como o carro que passeou pelo grande ecrã. O Dark Higland Green é o mesmo, e há muitos detalhes que nos remetem para o passado: desde a grelha cromada ao desenho da jantes, para já não falar no punho branco do comando da caixa de velocidades, num habitáculo onde – sinais dos tempos – encontramos bancos Recaro (mas forrados em pele negra) ou o sistema áudio B&O Play de 1.000 Watt com 12 altifalantes...