Pode ser uma das uniões mais incríveis da industria automóvel nas últimas décadas: Honda e Nissan anunciaram esta quarta-feira estão a "explorar várias possibilidades para uma colaboração futura".
O anúncio segue-se às notícias avançadas pela comunicação social japonesa sobre conversações entre ambos os construtores para uma possível fusão.
"Tal como anunciado em Março deste ano, a Honda e a Nissan estão a explorar várias possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes uma da outra", disseram as duas empresas.
Recorde-se que há nove meses, os fabricantes deram início às negociações para uma aliança de produção de componentes e programas para "eléctricos", para baixar custos e reforçar a competitividade.
"Se houver alguma actualização, informaremos as partes interessadas em tempo útil", disseram a Honda e a Nissan num comunicado conjunto.
Esta manhã, à hora local japonesa, a bolsa de Tóquio anunciou a suspensão temporária das negociações da Nissan, dizendo que precisava de "verificar as notícias dos media" sobre a possível fusão com a Honda.
A negociação das acções da Nissan foi entretanto retomada e, às 13h30 (3h30 em Lisboa) estavam a subir 23,7%, enquanto as da Honda caíam 3,1%.
A confirmar-se o acordo, a Nissan deverá sair da aliança que mantém actualmente com a Renault; nos últimos anos, os japoneses têm abandonado parte desse casamento que já dura há um quarto de século.
O jornal económico japonês Nikkei e a agência de notícias japonesa Kyodo avançaram que as duas empresas estavam a preparar o início das negociações.
O objectivo passa por criar o terceiro maior fabricante de automóveis do mundo em volume de vendas, atrás da Toyota e da Volkswagen.
Ambas estão a estudar unir os activos numa empresa conjunta, sendo que a participação de cada uma será decidida posteriormente, referiu o Nikkei.
O objectivo é fazer face à concorrência dos fabricantes de veículos eléctricos chineses e norte-americanos, acrescentou o jornal económico.
Os dois fabricantes japoneses enfrentam um declínio nas vendas na China, onde as marcas locais, com veículos eléctricos mais acessíveis, estão a conquistar quota de mercado.
O Nikkei avançou que a Honda pretende assinar em breve um memorando de entendimento com a Nissan com os detalhes da operação, que poderá incluir também a Mitsubishi.
Em Agosto, a Mitsubishi, da qual a Nissan detém 34%, juntou-se às negociações para fazer parte da aliança de produção de componentes e programas para veículos eléctricos.
No mesmo mês, Toshihiro Mibe, o presidente da Honda, disse que as negociações não envolviam uma fusão accionista, embora não tenha negado tal possibilidade no futuro.
A concretizar-se, a fusão vai deixar o mercado automóvel japonês dividido em dois grandes blocos: um formado pela Nissan e pela Honda, e outro pela Toyota.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?