O dia 16 de Setembro de 1982 ficou marcado pela suspensão de uma caixa de madeira no último piso da Torre Eiffel, em Paris. A enorme caixa começou então uma lenta descida até ao primeiro piso do icónico monumento gaulês, sendo que por fora tinha uma única mensagem:
"Aqui está o novo Citroën".
Uma semana depois, debaixo de um espectáculo de pirotecnia, a Citroën apresentava o BX, que agora cumpre 35 anos, colocando termo a um "golpe" publicitário que merece ser aplaudido, já que não houve quem ficasse indiferente a esta caixa "voadora".
Deu nas vistas por culpa das linhas rectas e muito angulares, combinadas num desenho que na época era visto como futurista e à frente do seu tempo. O "pai" deste design foi
Marcello Gandini, da Bertone, um dos nomes mais importantes da indústria e que tem no seu portfólio pessoal alguns dos automóveis mais elegantes alguma vez feitos, entre eles o Lancia Stratos, De Tomaso Pantera e os Lamborghini Miura e Countach.
A linguagem de estilo que Gandini estreou neste modelo serviu de base para futuros modelos da marca francesa até aos anos 90, com destaque para os Citroën AX, ZX e XM. Mas se este Citroën representava uma evolução a todos os níveis, era notório que o ADN da marca fundada por André Citroën foi mantido. Basta olhar para a utilização de um único limpa pára-brisas, tal como já tinha acontecido com o Citroën CX.
Porém, e ainda que as linhas exteriores tenham sido bem recebidas pelo público, este Citroën BX destacou-se acima de tudo pelo conforto e pelo excelente comportamento em estrada, fruto da estabilidade proporcionada pela suspensão hidropneumática. Acima disto, o enorme leque de acabamentos disponíveis e a vasta gama de motores faziam com que este modelo agradasse a um público bastante diverso.
Entre as várias motorizações disponíveis destaca-se o bloco de 16 válvulas de 160 cv da versão GTi, apresentada somente em 1988. O comportamento em asfalto e o nível de conforto foram mantidos, mas este motor mais "apimentado" fazia com que este BX fosse capaz de chegar aos 218 km/h.
A sua produção chegou ao fim em 1993, com a chegada do Citroën Xantia. Durante os 12 anos "de vida" foram produzidas 2.315.739 unidades – 222.325 no centro de produção de Vigo – e nos finais dos anos 80 e início dos anos 90 "inundou" as ruas de Espanha, já que em 1988 foi escolhido pela polícia espanhola para "carro patrulha" (ver galeria acima).