A chegada já próxima do novo Nissan Leaf ao mercado, com um sucesso já anunciado pelas doze mil encomendas confirmadas em apenas dois meses e meio – sem que ninguém o tenha visto "em carne e osso", muito menos experimentado! –, volta a colocar na ordem do dia algumas questões em torno da ofensiva eléctrica que quase todos os construtores preparam. Nomeadamente, como iremos recarregar, dentro de alguns anos, milhões de automóveis em simultâneo?
Em simultâneo com a apresentação do Leaf, a Nissan mostrou-nos algumas soluções em que está a trabalhar para que se consiga esse aumento da energia eléctrica necessária, sem que sejam necessários investimentos gigantes. A boa notícia é que é perfeitamente possível, a menos boa é que nos envolve a todos e passará até pela forma como vivemos e utilizamos a energia… Um exemplo animador: se tiver um carro eléctrico, não gostaria de o poder carregar de graça em sua casa (ou num posto público, a partir do momento em que passar a ser pago)?
E este é um mundo novo que se abre e em que até a sua carteira sorri! Imagine o seguinte cenário: tem um automóvel eléctrico e, ao regressar a casa ao final da tarde, tem ainda 40% de energia na bateria (ou seja 16 kWh, mais que suficiente para o consumo doméstico); se ligar o carro à rede eléctrica, a sua casa pode alimentar-se com essa energia nas horas em que a electricidade é mais cara, recarregando depois a bateria durante a noite, quando as tarifas são mais baixas. Só aqui já há uma poupança directa.
Outra área em que a marca nipónica está a trabalhar é no que fazer às baterias depois do fim da vida útil dos carros eléctricos, tendo encontrado uma solução interessante. A Nissan calcula que, após os dez anos de vida de um Leaf actual, as baterias (de 30 kWh) estejam ainda em perfeitas condições para operar durante pelos menos mais dez anos. E tem estado a transformar as baterias que já recebeu de carros desactivados – a marca queixa-se de serem poucos… – em acumuladores de energia que podem ser usados em casa.
Dois caminhos interessantes e que se complementam, para ajudar a encontrar soluções viáveis para a maior procura de energia que teremos nos próximos anos, com o exponencial crescimento do parque eléctrico. Mas que os governos também terão de acompanhar com um aumento da potência instalada, se querem de facto fazer algo de concreto, para além de bonitas declarações de amor ambiental…