A Porsche apresentou a oitava geração do Porsche 911 no último salão de Los Angeles. Esta proposta chega a Portugal lá para Março. Já o guiámos e vale a pena recordar uma história que começou no Outono de 1963, quando Ferdinand ("Ferry") Porsche apresentou o sucessor do 356 que deu origem à marca de Zuffenhausen.
1963-1973. Em 1964, a apresentação começou por surpreender com o nome – 911. A Peugeot tinha registado todas as combinações com um zero a meio e a Porsche foi obrigada a alterar o nome deste coupé (901) equipado com um motor 2.0 de seis cilindros opostos com 130 cv.
Ao longo de 10 anos surgiram versões que ainda hoje fazem parte da história, como a carroçaria "Targa", com o tejadilho amovível para ultrapassar a ameaça de os EUA proibirem os descapotáveis clássicos em nome da segurança, ou as propostas desportivas baptizadas Carrera RS. Foram produzidas 111.995 unidades de um modelo onde o motor evoluiu dos 1.991 para os 2.687 cc de cilindrada e dos 130 para os 210 cv.
1973-1989. Dez anos depois, o 911 e a Porsche tinham outro peso no universo dos desportivos e no mundo da competição, onde a Porsche afirmou a tecnologia turbo. A família 911 ganhou novos membros, como o Speedster e o Cabriolet.
O design foi alterado pelas normas de segurança "made in USA", que legislaram sobre danos causados em impactos e isso obrigou a criar um pára-choques com outra forma.
A imagem alterou-se. Neste período, a cilindrada do motor de seis cilindros opostos cresceu de 2.687 até aos 3.299 cv e a potência duplicou ao passar dos 150 para os 300 cv. A Porsche refere-se a estes modelos como "G series" e, ao longo destes 16 anos, foram produzidas 198.496 unidades.
1988-1994. A terceira geração do 911 é reconhecida como "Type 964" e pode ser recordada pela evolução do design e pelo "upgrade" tecnológico. Basta olhar para as propostas de tracção total permanente, que vinham de modelos especiais como o 959, e que também pontuaram na competição.
Uma gama dilatada com o Coupé, o Cabrio e o Targa afirmou o novo motor 3.6, onde a potência foi dos 250 aos 360 cv. Em seis anos foram vendidas 63.762 unidades do Type 964.
1993-1998. No Porsche "Type 993" marcou um passo em frente face ao design de "Ferry" Porsche e teve uma grande evolução com um chassis em alumínio totalmente repensado para manter o ADN e chegar mais longe na dinâmica e prazer de condução.
É um dos modelos mais cobiçados pelo coleccionadores. Apenas foram produzidas 68.881 unidades da última série a utilizar os tradicionais motores boxer, de seis cilindros opostos, onde a cilindrada cresceu de 3.600 para 3.746 cc e a potência aumentou de 250 para 450 cv.
1997-2005. A Porsche designou a quinta geração do 911 como "Type 996". Foi a revolução. Ao fim de 34, anos a marca de Zuffenhausen abdicou da refrigeração por ar e evoluiu o chassis onde o motor foi avançado para potenciar a estabilidade direccional. O boxer da Porsche evoluiu dos 3.387 para os 3.600 cc com potências que vão dos 300 até aos 483 cv. Neste período foram vendidos 175.262 modelos.
2004-2012. O "Type 997" chegou em 2004 e o 911 passou a contar com mais versões do que antes. O cliente passa a escolher entre o Coupé, o Cabrio, o Targa e o Speedster, com diferentes tipos de tracção.
Surgiram várias outras propostas mais radicais (GTS ou GT2, GT2 RS e GT3). O motor 3.6, que começou por debitar 325 cv, chegou aos 620 cv nas propostas mais radicais com 3,8 litros. Feitas as contas, a Porsche produziu 213.004 "Type" 997.
2011-2018. O "Type 991" afirmou-se como o mais avançado 911 de sempre. O chassis, a potência do motor e toda a tecnologia fizeram a diferença num modelo que deu origem a diversas versões, mais ou menos radicais, produzidas em escala reduzida e dirigidas a clientes especiais, como o 911 GT2 RS.
Esta família de modelos registou o maior sucesso na história da marca. Foram vendidas 217.930 unidades, apesar destes serem números até Outubro de 2018. Até essa altura, a Porsche reivindica a venda de 1.049.330 unidades de 911...