Uma das 275 unidades que a Mercedes pretende construir do Project One, o seu hiperdesportivo de mais de 1000 cv, já está reservada para um português. A marca de Estugarda adianta que o negócio foi concretizado em Agosto do ano passado e que o comprador é da região Norte do nosso país. Só estava disponível um exemplar para o mercado nacional e foi comprado por três milhões de euros!
E a maior semelhança entre a "máquina" de pista e este Project One é o motor, que mais não é do que uma derivação do bloco V6 turbo de 1.6 litros que podíamos encontrar no monolugar de Lewis Hamilton na temporada passada. A juntar-se a este motor a combustão estão outros quatro motores eléctricos, distribuídos da seguinte forma: um no eixo traseiro, dois no eixo dianteiro (um por roda e com embraiagem própria) e um quarto que tem como missão assegurar que o turbo garante o máximo de potência sempre que é "convocado", sem os chamados "delays". Este último tem uma potência de 90 kW, o equivalente a 122 cv, ao passo que os restantes três debitam 120 kW de potência, cerca de 163 cv.
A alimentar este sistema híbrido, que a marca de Estugarda garante que terá mais de 1000 cv de potência, está um enorme "bloco" de baterias de iões de lítio que pesam cerca de 100 kg. Estão posicionadas por baixo dos bancos dianteiros (para manter o centro de gravidade baixo) e permitem que o Project One percorra cerca de 25 quilómetros em modo 100 por cento eléctrico.
Mas não foi a pensar na autonomia eléctrica que a Mercedes-AMG pensou num sistema híbrido para este hiperdesportivo. O objectivo é usar a electrificação para "apimentar" ainda mais esta proposta. O mesmo é dizer que se esperam "performances" verdadeiramente alucinantes, sobretudo quando pensamos que este desportivo está homologado para ser usado em estrada. A marca alemã reivindica uma velocidade máxima na "casa" dos 350 km/h e uma aceleração dos 0 aos 200 km/h em menos de seis segundos.
Pode ter custado três milhões de euros, mas não espere grandes luxos no habitáculo do Project One, mas nem podia ser de outra forma, afinal estamos a falar de uma máquina inspirada no mundo da competição. O volante tem um desenho próximo do que encontramos nos monolugares de Hamilton e Bottas, há dois ecrãs de 10 polegadas que apresentam a informação disponível no momento e tudo foi pensado com os dois ocupantes em mente. Os bancos de competição são em fibra de carbono e estão fixos. Aquilo que pode ser ajustado são os pedais e o volante, que vão de encontro à melhor posição de condução do condutor.
Tudo foi pensado para optimizar o rendimento deste "monstro", tal como aconteceu na carroçaria. E é por isso que mal podemos esperar para ver um exemplar destes a "acelerar" pelas estradas do nosso país!