Presidente da Fiat não acredita nos eléctricos como solução futura

Numa altura em que praticamente todas as marcas estão a apostar fortemente em lançar gamas inteiras de veículos eléctricos nos próximos dois a seis anos, Sergio Marchionne, presidente executivo da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), surpreendeu uma plateia universitária italiana ao declarar que os automóveis eléctricos… "não são a solução para o futuro"!

Durante uma cerimónia na Universidade de Trento, em que recebeu o doutoramento "honoris causa" em engenharia industrial, Marchionne reconheceu que a FCA está a trabalhar também na electrificação de vários modelos, mas recordou uma experiência antiga que, pelos vistos, o deixou algo traumatizado: o lançamento, há cinco anos, de uma versão eléctrica do Fiat 500 na Califórnia, designado Fiat 500e (modelo que ilustra este artigo). Considerou ter sido uma sorte ter feito uma série muito limitada daquele modelo porque, a perder 20 mil dólares por cada unidade vendida, teria sido "masoquismo" ter produzido mais!

Já em relação aos automóveis de condução autónoma a sua posição é mais optimista, em especial depois de ter estabelecido uma parceria com a Waymo para desenvolvimento da tecnologia. "Acreditamos que a condução autónoma será uma realidade dentro de uma década e que o desenvolvimento de todos esses sistemas terá um papel crucial na preparação dos legisladores, consumidores e dos negócios para um mundo em que o controlo do carro será passado pra as mãos do próprio carro".

Marchionne revelou mesmo que, dentro da FCA, deverá caber à Maserati a estreia neste "novo mundo", exibindo as novas tecnologias que poderão ser introduzidas nalguns dos seus modelos já no próximo ano. Mas só em 2021 deverá oferecer um sistema de condução autónomo de Nível 3 (o novo Audi A8 já tem…), enquanto os níveis 4 e 5 demorarão bastante mais tempo a ser uma realidade. "Porque não dependem dos construtores mas sim das falhas que existem nas infraestruturas rodoviárias", concluiu Marchionne.