Há 20 anos saiu para a estrada um dos carros que ajudou a cimentar, de forma decisiva, um dos modelos mais importantes da marca do losango.
Estamos a falar do Renault Clio V6, um desportivo que desafiou os sentidos dos apaixonados pelo mundo automóvel quando chegou ao mercado em Novembro de 2000.
O modelo, cujo protótipo tinha sido apresentado em 1998 no salão automóvel de Paris, foi a sequência lógica da série Clio V6 Trophy, e a sua mecânica tinha mais em comum com os super carros do que a versão convencional em que se inspiravam as suas linhas.
Montado ao centro, na traseira, estava um bloco V6 de 3.0 litros derivado do Renault Laguna, mas agora com novos pistões e uma maior taxa de compressão do motor.
Os 230 cv e 300 Nm tornaram este super Clio exigente na condução, embora seja um dos carros mais elogiados pelos fãs da insígnia francesa.
A caixa manual de seis velocidades, que canaliza a potência e o binário para as rodas traseiras, foi desenvolvida a partir de uma transmissão de cinco relações, enquanto um diferencial de deslizamento limitado foi adicionado para melhorar a tracção.
Em linha reta, o Clio V6 Phase 1 fazia 6,4 segundos para chegar aos 100 km/hora para uma velocidade máxima a bater nos 237 km/hora.
Vários apêndices aerodinâmicos foram recriados para este desportivo, com a largura a crescer 171 mm e a distância entre eixos a aumentar 38 mm em relação ao "irmão" mais tradicional.
A altura ao solo foi reduzida em 66 mm enquanto as vias aumentaram 110 mm na dianteira e 138 mm na traseira.
A envolver as jantes OZ Super Turismo de 17 polegadas estão pneus 205/50 à frente e 235/45 atrás, tornando imponente a presença do Clio V6 logo ao primeiro olhar.
A força de travagem era assegurada por travões AP Racing com discos dianteiros de 330 mm, e traseiros de 300 mm.
A suspensão era exclusiva para este modelo, embora a barra estabilizadora dianteira fosse retirada do Clio Trophy, e a secção frontal do chassis baseava-se no Clio Sport.
Outros elementos exclusivos no hot hatchback incluíam os pára-choques, e os painéis e as soleiras laterais, enquanto do Clio Sport foram "roubados" o tejadilho, a porta da bagageira e o capô.
Os revestimentos interiores tinham acabamentos em pele e Alcantara, sendo o habitáculo enriquecido com ar condicionado, um potente sistema de áudio e vidros coloridos.
Entretanto, em 2003 surge o Clio V6 Phase 2, lançado ao mesmo tempo que a reactualização da segunda geração do Clio.
Com um estilo bem mais atraente, o desportivo ganhou novas jantes de liga leve de 18 polegadas e viu o chassis ser reajustado, permitindo à via dianteira crescer 23 mm e aumentar em 33 mm a distância entre eixos.
As cabeças dos cilindros também foram revistas, para aumentar a potência do motor para os 255 cv, mantendo em 300 Nm o binário.
Essas alterações mecânicas permitiram ao Clio V6 Phase 2 ir em 5,8 segundos dos 0 aos 100 km/hora e aumentar a velocidade máxima para os 246 km/hora.
Embora a produção do Phase 2 tenha terminado em 2005, com 1.309 exemplares construídos, a que se juntam 1.631 unidades do Phase 1, o Renault Clio V6 mantém-se como um dos desportivos para excitantes construídos nas últimas duas décadas.
E, para quem comprou um, o investimento não terá caído em saco roto, já que um modelo em bom estado da Fase 1, e com poucos quilómetros corridos, poderá ultrapassar facilmente os 80 mil euros num leilão da especialidade.
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