Renault Zoe e Nissan Leaf vão partilhar plataformas e motores

Sempre foi algo que causou algumas interrogações, mas que parece estar já a caminho de ser resolvido… Tendo a Aliança Renault/Nissan uma política de forte aposta no veículos eléctricos, com ambas as marcas com modelos feitos de base para serem apenas "emissões zero", porque viviam uma para cada lado, com automóveis radicalmente diferentes?!

Pois tudo indica que as próximas gerações do Renault Zoe e do Nissan Leaf já serão construídas sobre plataformas comuns, o que significa mão só a partilha dos chassis mas também dos motores eléctricos. A revelação foi feita por Arnaud Deboeuf, vice-presidente da Renault-Nissan BV, a unidade que gere a aliança entre os dois construtores. No entanto, isso não deverá suceder antes de… 2020!

Para já, a Renault está a apresentar a nova variante do Zoe, o seu utilitário 100% eléctrico, agora com uma nova bateria de iões de lítio com a capacidade aumentada dos 22 para 41 kWh. Isso permite aumentar-lhe a autonomia para 400 km – ou 300 km em condições reais de condução –, valores já muito interessantes para um automóvel deste género. A apresentação mundial do novo Zoe está a decorrer em Portugal, por estes dias, entre Lisboa e Óbidos.

Mais tarde, em 2018, será a vez do Leaf sofrer um "restyling" algo significativo, embora sem mexer no fundamental da sua arquitectura. Não haverá, portanto, hipótese de implementar a ideia de uma plataforma nova e comum aos dois modelos que, no futuro, deverão concorrer no mesmo segmento. Falta saber se será o Zoe a crescer ou o Leaf a "compactar-se" um pouco mais…

Tudo indica, pois, que será a segunda geração do Zoe, prevista para 2020, a estrear a plataforma e motor eléctrico comuns, a usar tanto pela Renault como pela Nissan. Já em relação às baterias está ainda em aberto se também haverá uma partilha ou se cada marca continuará a seguir o seu caminho: a Nissan fabrica as suas próprias baterias de lítio de baixa densidade, enquanto a Renault as compra à LG Chem. De momento, a marca francesa leva grande vantagem na capacidade, com a nova bateria de 41 kWh, face à de 30 kWh usada pelo carro nipónico, o que poderá levar a Nissan a passar também a comprar as suas baterias…

Este é mais um caso em que Renault e Nissan tentam desenvolver a sua parceria embora, uma vez mais, seja um processo lento. A razão, segundo Deboeuf, é a necessidade de encontrar um ponto de encontro nos planos de produto de ambas as marcas que são tão diferentes e longos de dez anos… Mas aquele dirigente apontou vários casos em que a parceria é já um facto, nomeadamente na partilha de motores e plataformas em diversas "famílias": Nissan X-Trail/Renault Koleos; Nissan Qashqai/Renault Kadjar; Nissan Juke/Renault Captur; e Nissan Micra/Renault Clio.