Recorda-se quando o Aquela Máquina falou de um Opel Corsa GT de 1987, que marca germânica comprou no nosso país, para exibi-lo ao lado da novíssima geração revelada em Setembro no salão automóvel de Setembro? Este exemplo de resistência e fiabilidade dos modelos da marca alemã, que muitos comparam ao mítico Ford T, ganhou agora um novo protagonista.
O alemão Martin Zillig conduz há 21 anos um Opel Corsa B a gasóleo de cinco portas… que já fez mais de 1 milhão de quilómetros! A "viragem" do conta-quilómetros a zeros foi conseguida no último Verão! Surpreendido? E se lhe dissermos que o motor nunca foi aberto e as manutenções têm sido mínimas?
Lançado em 1997, quatro anos após a estreia mundial da segunda geração, o Opel Corsa 1.7D está equipado com um bloco a gasóleo Isuzu, um motor mítico como os fãs do modelo fazem questão de sublinhar.
Com 60 cv de potência e 112 Nm de binário, passados às rodas dianteiras por uma caixa manual de cinco relações, os consumos sempre foram a mais valia deste modelo. Com uma velocidade máxima de 155 km/hora, em estrada aberta o Opel Corsa 1.7D tem consumos anunciados de 4,2 litros/100 km em estrada aberta, subindo para os 5,2 litros em regime misto e 6,9 litros em condução urbana. Já o nível de emissões poluentes é de fazer inveja a alguns modelos actuais: 121 gm/km!
Martin Zillig usa o seu Corsa todos os dias para os seus afazeres quotidianos na região do Baixo Reno, numa média de 165 quilómetros, com saltadas regulares à Holanda com que faz fronteira.
Problemas mecânicos? Nenhuns! A junta da cabeça do motor nunca foi substituída e a embraiagem foi trocada apenas uma vez, aos 300 mil quilómetros, por precaução. O alternador e o motor de arranque são substituídos a cada 200 mil a 250 mil quilómetros, assim como a correia de distribuição.
De acordo com Martin Zillig, o consumo de gasóleo anda nos 4,5 litros por cada 100 quilómetros e quase não "come" óleo do motor. Ah!… E passa sempre nas inspecções obrigatórias!
Se dúvidas houvessem sobre as capacidades deste "tanque", basta dizer que até foi usado para "puxar" um reboque com 2,5 toneladas de entulho, quando Martin Zillig abriu um fosso na garagem lá de casa para fazer a manutenção do carro.
A ferrugem está já a "comer" várias partes da chapa, apesar das reparações que vai fazendo, e as borrachas dos vidros também estão a estalar. No interior saltam a vista o volante meio carcomido pelo uso e a "pele" que rodeia a caixa de velocidades a desfazer-se.
Martin Zillig há muito que já percebeu que o Corsa não irá durar para sempre. "Todos os anos penso qual o carro que vou comprar", mas acaba por desistir da ideia. Mesmo assim, será que o venderia ou o daria para abate? "Nunca", afirma com veemência. "O carro é meu e dos meus filhos!".
Este ano, Marin Zillig quer levar o Corsa a mais um teste extremo: conduzir até ao Cabo Norte, bem para lá do Círculo Polar Ártico. Boa viagem!