O Smart é hoje uma referência ao nível dos veículos urbanos, mas tudo começou há mais de 20 anos com um projecto demasiado louco para a época. Foi um caso em que uma boa ideia poderia ter acabado mal, mas chegou ao sucesso.
Nos anos 70, os engenheiros da Mercedes começaram a pensar num super-compacto urbano. O tempo foi passando e os alemães tinham outras prioridades. Em 1989, Nicolas G. Hayek, o criador dos relógios Swatch, anunciou a intenção de avançar com um pequeno automóvel urbano, movido a electricidade. Na época a ideia pareceu absurda, mas a Mercedes aderiu ao projecto e de uma parceria com alguma controvérsia à mistura nasceu a Micro Compact Car AG., com sede em Biel na Suíça.
Era demasiado cedo para a mobilidade eléctrica, mas o projecto não parou. Mas o primeiro Smart só surgiu em 2007 no Salão Automóvel de Frankfurt, mas com um pequeno motor de combustão interna, que nada tinha a ver com a visão de Nicolas G. Hayek. A produção e vendas começaram em 1998, e no mesmo ano a Daimler-Benz AG assumia o controlo da empresa. A Swatch ficou de fora.
20 anos depois, o Smart City Coupé chama-se Smart Fortwo e a terceira geração está no mercado desde 2014, marcando presença em 46 países. Os 2,7 metros de comprimento, um diâmetro de viragem de 6,95 metros e toda a agilidade, são os grandes trunfos desta proposta, que hoje está assente numa parceria entre a Mercedes e a Renault, que também está na origem do Smart forfour.
Ao longo da história não é a primeira vez que a Mercedes recorre a este tipo de alianças. Já no início dos anos 2000 foi assim com a primeira geração do Smart forfour e do Smart Coupé e Roadster, produzidos na Holanda, com base numa plataforma Mitsubishi.
A originalidade da forma de todas as gerações dos Smart foi sempre um desafio para a criatividade e ao longo dos 20 anos de vida da marca surgiram algumas ideias mais ou menos loucas, que recordamos na nossa galeria. Muitas delas são tão curiosas que e poderiam ter tido sucesso, mas poucas passaram do projecto para o mundo real.
Não deixa de ser curioso que, 20 anos depois do motor de combustão interna ter salvo a ideia original de Nicolas G. Hayek, o futuro do Smart aponta para a via eléctrica, Hoje, apenas os motores eléctricos são vendidos no mercado americano e amanhã, tudo indica, todos os Smart serão eléctricos.