Sabe-se que estava "perdido" há três anos mas, pela camada de poeira e pelo estado dos pneus, ninguém se incomodou a retirá-lo do lugar onde estava estacionado desde a última vez que foi avistado.
A história revelada pelo portal The Drive conta-se rapidamente: há pouco mais de uma semana, Jacob Hoyle descobriu um General Motors EV1 100% eléctrico sem matrícula, abandonado num parque de estacionamento de Atlanta, nos Estados Unidos.
Face à sua raridade, publicou no Twitter três fotografias onde se pode apreciar a sujidade a cobrir o carro, os pneus vazios e gretados, e a bagageira arrombada.
Em 2016, um outro indivíduo publicou fotografias do mesmo carro, mas em muito melhor estado, embora já se notassem alguns sinais de abandono.
Qual é, então, a curiosidade des GM EV1? É, provavelmente, um dos carros mais raros fabricados nos últimos 25 anos.
Dos 1117 fabricados entre 1996 e 1999, restam apenas uma vintena de unidades. O seu valor? Uns simpáticos 450 mil euros desde que esteja em boas condições!
Para quem não se recorde, o GM EV1 foi um dos primeiros automóveis totalmente eléctricos da era moderna, concebido de raiz e fabricado em série entre 1996 e 1999.
Todavia, o carro nunca chegou a ser vendido; a multinacional norte-americana optou antes por criar um sistema de leasing, sem direito à sua posterior aquisição.
Inicialmente, a viatura foi "alugada" a residentes das cidades de Los Angeles, na Califórnia, e de Phoenix e Tucson, no Arizona, para mais tarde ser alargado a São Francisco e de Sacramento.
Os arrendatários, que pagavam entre 360 e 410 euros à época, iriam oficialmente avaliar o seu desempenho no "mundo real".
A experiência seria acompanhada por um estudo de mercado para analisar a viabilidade comercial de um veículo com aquelas características.
Em 2003, de forma abrupta, a General Motors decidiu recolher todos os EV1 e destruí-los, alegadamente por o projecto não ser rentável.
A indignação dos utilizadores foi enorme, e houve quem não os entregasse à multinacional; esses foram os únicos sobreviventes!
Um dos felizes proprietários é Francis Ford Coppola, realizador que conheceu a imortalidade à frente da trilogia O Padrinho e de Apocalypse Now.
Numa entrevista a Jay Leno, há cinco anos, afirmou que gostava tanto do carro que preferiu escondê-lo a entregá-lo à GM.
Apesar da sua "antiguidade", o desempenho do GM EV1 não está assim tão afastado do que é oferecido por estes dias.
Inspirado no conceito "zero emissões" do protótipo GM Impact, criado em 1990, a viatura albergava 26 baterias de chumbo ácido com 500 quilos de peso.
A autonomia pouco ultrapassava os 160 quilómetros, alargando-se mais tarde a 225 quilómetros com a substituição por baterias NiMH.
Com um coeficiente aerodinâmico de 0,19 Cx – surpreendente ainda nos nossos dias –, um motor eléctrico assíncrono dava-lhe uma potência de 139 cv.
Passados 16 anos sobre a destruição do GM EV1, a General Motors abraçou em definitivo a automobilidade eléctrica, à semelhança de todos os construtores automóveis,.
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