Toyota dá passo gigante nos autónomos: torna-os normais aos nossos olhos!

A Toyota, através do Instituto de Pesquisa de que dispõe nos Estados Unidos, vai expor ao CES, o certame de electrónica de Las Vegas, um notável avanço no que aos veículos de condução autónoma diz respeito. Não que apresente alguma tecnologia revolucionária, mas pela forma como consegue… "empacotar" os inúmeros sistemas de detecção, de forma a que o automóvel se torne utilizável!

Passa-se o mesmo com quase todas as tecnologias… Por exemplo, os primeiros testes com carros a hidrogénio foram feitos em furgões "atafulhados" de aparelhagem, em que só lá cabia o condutor e, hoje, já se encontram no mercado modelos familiares com espaço semelhante ao das berlinas convencionais. Os protótipos que têm servido para evoluir a tecnologia da condução autónoma estão carregados de antenas, câmaras, radares e outros dispositivos, nomeadamente sobre o tejadilho que tornariam impossível a sua utilização em condições normais.

Ou seja, além do "hardware" (os aparelhos) e do "software", havia depois que conseguir encaixar tudo dentro de um automóvel, num tremendo esforço de miniaturização e arrumação. É esse passo que dá este novo protótipo a que a Toyota chama apenas de Platform 3.0, já mais próximo de um automóvel "normal", em especial quando se compara com a geração anterior, mostrada… há apenas um ano! E isso fica bem evidente, não só nas fotos que publicamos mas também neste vídeo onde são dadas as principais explicações sobre as evoluções presentes neste novo protótipo.

Com base num Lexus LS 600hL da geração anterior, o veículo de pesquisa autónomo Platform 3.0 conta com um lidar de longo alcance (200 metros) – funciona com um feixe de luz, habitualmente laser, segundo o mesmo princípio do radar que usa ondas rádio – pela combinação de quatro "scanners" de alta resolução. Só este sistema consegue cobrir todo o perímetro do carro, para que o sistema saiba com elevada certeza o que se passa à sua volta.

Quatro outros sensores lidar de curto alcance foram colocados nos quatro lados do Lexus e numa zona mais baixa, conseguindo detectar crianças ou pequenos obstáculos perto do carro. Os engenheiros da Toyota, em colaboração com os seus colegas da Calty Design Research, procuraram que aquele sistema, além de todos os outros sensores e câmaras de suporte, se tornassem mais compactos e que ficassem o mais escondidos possível.

Por exemplo, colocaram o lidar de longo alcance e as câmaras num painel que ocupa o lugar do tecto de abrir, sendo à prova da chuva e das temperaturas extremas. Desta forma o Lexus fica com um ar já praticamente "normal", em vez dos seus antecessores com grandes antenas e câmaras penduradas um pouco por toda a carroçaria. Porque, na altura de os carros autónomos chegarem ao mercado, ninguém quererá andar com um carro que mais parece o veículo dos "Caça Fantasmas"!...

"A nossa equipa voltou a dar um enorme passo em frente nas capacidades do nosso protótipo autónomo", disse Gill Pratt, da Toyota. "Para melhorar a nossa base de testes, empregámos a mestria do ‘design’ e engenharia da Toyota para criar uma nova plataforma que será, potencialmente, uma referência em função e estilo". A Toyota vai agora produzir algumas unidades do seu Platform 3.0 no centro de desenvolvimento de protótipos, no seu "quartel general" norte-americano, no Michigan, para prosseguir os testes. Porque, tão importante como desenvolver a tecnologia, é incorporá-la de forma harmoniosa para que possa chegar aos clientes quando estiver pronta a ser usada.