A Toyota está a apostar todas as "fichas" no desenvolvimento das chamadas "baterias sólidas" que espera comercializar a partir de 2020 e que poderão ser a próxima grande revolução dos veículos eléctricos.
A aposta é de tal forma forte que a Toyota está a desenvolver a tecnologia "em casa", gastando milhões de euros e tendo uma equipa de mais de 200 engenheiros dedicada ao projecto. E, apesar da recente parceria assinada com a Mitsubishi para o desenvolvimento conjunto de futuros modelos eléctricos, já fez saber que as novas baterias não estão incluídas no negócio, sendo por isso um exclusivo seu…
Esta poderá ser a inovação mais esperada para que os veículos eléctricos se tornem, finalmente, tão populares e fáceis de utilizar como os seus congéneres de motor a combustão, por garantir autonomias bastante maior e tempos de recarga incomensuravelmente menores! E apesar de já existirem, estas baterias ditas sólidas são ainda demasiado caras, pelo que o grande trabalho da Toyota – e de outras empresas que também trabalham neste campo – é de conseguirem produzir grandes quantidades e de forma mais barata.
Ao contrário das actuais baterias de iões de lítio que são usadas nos automóveis eléctricos e que usam sempre um electrólito (o meio que "transporta" os iões) em estado líquido, as novas baterias usam um electrólito sólido que tem diversas vantagens: reduzem a possibilidade de sobreaquecimento (maior segurança) mas, acima de tudo, aumentam em muito a densidade energética (mais energia armazenada em menos espaço) e, ainda mais importante, aguentam carregamentos muito mais rápidos.
"Estas novas baterias de estado sólido prometem revolucionar o segmento eléctrico e podem tornar obsoleta a actual geração de baterias usadas nos automóveis eléctricos, pois conseguem um rendimento muitíssimo superior", comentou Dirdier Leroy, vice-presidente executivo da Toyota. E a marca nipónica está, obviamente, a tentar liderar este processo, pois esta seria uma inovação que lhe daria uma enorme vantagem face aos seus concorrentes.
Em especial no que respeita ao tempo de recarga das baterias, um dos maiores constrangimentos à utilização do veículo eléctrico. Embora não tenham sido desvendados dados concretos quanto a estas novas baterias, fala-se na possibilidade de uma bateria de 60 kWh ser carregada em apenas 10 minutos! Só para se ter um termo de comparação, o
novo Nissan Leaf tem uma bateria de 40 kWh, anuncia uma autonomia (no "simpático" ciclo europeu) de 378 km e demora 40 minutos a receber 80% da carga.
Aquela evolução abriria a porta a baterias de maior capacidade – uma de 80 kWh num familiar daria facilmente para 800 km de autonomia real! –, com tempos de recarga mais aceitáveis, aproximando a experiência de um carro eléctrico à que temos com um de motor a combustão. A que se acrescentam as muitas vantagens de um "emissões zero"…