Depois dos protestos da semana passada, por causa dos rumores que apontavam para a contratação de Cristiano Ronaldo por parte da Juventus, os trabalhadores da FIAT avançaram mesmo para a greve, isto um dia depois de o avançado português ter mesmo sido confirmado como reforço da Vecchia Signora, numa transferência feita por 100 milhões de euros - na qual a FIAT teve participação directa, escreve o jornal "Record".
A juntar aos 100 milhões de euros da transferência ainda estão os 120 milhões de euros que a Juventus deverá pagar ao português nas próximas quatro temporadas, pelo que a ida de CR7 para a "Juve" é uma operação que vai obrigar a um investimento de 220 milhões por parte do emblema de Turim.
"É inaceitável que, enquanto os trabalhadores da FCA e da CNHI continuam a fazer enormes sacrifícios económicos, a empresa decida gastar milhões de euros na compra de um jogador. Dizem-nos que os tempos são difíceis, que temos de recorrer a redes de segurança social, que temos de esperar pelo lançamento de novos modelos que nunca chegam... E enquanto trabalhadores e as suas famílias têm de apertar os cintos cada vez mais, a empresa decide investir imenso dinheiro apenas num ser humano", pode ler-se no comunicado emitido pela Unione Sindacale di Base.
"É justo? É normal uma pessoa ganhar milhões, enquanto milhares de famílias não conseguem sequer chegar ao meio do mês? Somos todos empregados do mesmo dono, mas a diferença de tratamento não pode ser aceite. Os trabalhadores da FIAT deram à empresa uma fortuna nas últimas três gerações, mas em troca recebem apenas uma vida de miséria. A empresa deve investir em carros que garantam o futuro de milhares de pessoas, em vez de enriquecer apenas uma. Esse deve ser o objectivo, uma companhia que coloca os interesses dos seus empregados em primeiro lugar. Se não for assim, então é porque preferem o mundo do futebol, do entretenimento e tudo o resto. Pelas razões descritas acima, a Unione Sindacale di Base declara uma grave da fábrica de Melfi da FCA, entre as 22 horas de domingo (15 de Julho) e as 18 horas de terça-feira (17 de Julho)", acrescenta a mesma nota.
Recorde-se que o Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) pertence à família Agnelli, que também é dona da Juventus. John Elkann, presidente da FCA, é primo de Andrea Agnelli, presidente da Juventus, e é presidente e CEO da Exor, empresa que detém 30.78% do Grupo FCA, 22.91% da Ferrari e 63.77% da Juventus.
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— JuventusFC (@juventusfc) July 10, 2018