O Renault Twingo, que hoje também se chama Smart, está a celebrar 25 anos. Mas a ideia original da Renault foi ofuscada e banalizada pela Smart. Basta olhar para as vendas de um e outro modelo para perceber esta realidade. A proposta alemã é mais cara, mas é um sucesso comercial, enquanto as vendas do "original" francês são marginais fora do mercado interno, apesar de ser mais barato e ser produzido pelas mesmas pessoas na mesma fábrica.
Como acontece com tudo o que é diferente, houve quem estranhasse, mas a ideia entranhou-se e veio a ser um sucesso. Esta geração esteve em produção até 2004 e marcou gerações. Mas a Renault não esteve à altura da criação de um sucessor, e propostas como o Twingo II (2007/2014) foram banais e desinteressantes. Foram "mais do mesmo" num mercado onde havia demasiadas alternativas para um modelo banal.
O Twingo III surgiu em 2014, numa altura em que a parceria entre a Renault e a Daimler-Benz começou a dar frutos. A Renault tinha necessidade de recuperar o "élan" do velho Twingo para potenciar as vendas e a Smart precisava de uma alternativa para um modelo que estava velho. O projecto franco-alemão permitiu criar a nova geração Twingo/Smart, mas os lucros penderam para a Alemanha.
Os clientes Smart migraram entusiasticamente do velho Smart alemão para os novos Smart franceses produzidos pela Renault e ninguém fala sobre esta realidade com a veemência com que falam dos pequenos motores diesel que a Renault produz para a Mercedes. É por isso que há tantos Smart a circular e não é fácil ver um Twingo, tanto mais que os franceses falharam o tiro ao apostar quase tudo nas versões de quatro portas.