Já entrámos na época de férias e grande parte das famílias dá início a (longas) viagens de automóvel até ao destino final sem verificar um dos elementos mais importantes de um automóvel: os pneus!
Mas a verdade é que eles estão lá e pouco ou nada interessam à maioria que nem se lembra de quando foi a ultima vez que verificou a sua pressão, ignorando que a segurança de uma viagem começa no bom estado dos pneus.
Com as temperaturas elevadas que se fazem sentir nesta época do ano, um pneu que role muitos quilómetros com uma pressão baixa, representa um risco de vida. O sobreaquecimento do pneu dilata o ar no seu interior e o aumento do volume pode conduzir a um rebentamento de consequências imprevisíveis.
Uma pressão correcta aumenta a segurança. Reduz o desgaste dos pneus, melhora a capacidade de travagem em caso de emergência e favorece o consumo. Há estudos que afirmam que menos 0,2 bar de pressão nos quatro pneus ditam um aumento de 1% no consumo, que cresce para 4% com menos 0,6 bar, ao mesmo tempo que a vida útil do pneu é reduzida em 45%.
Será que sabe ler a "etiqueta" dos pneus?
Explicada que está a importância dos pneus, importa saber ler a etiqueta dos mesmos e perceber se são a escolha mais adequada para as especificações do seu automóvel.
Quando a profundidade do pneu for inferior a 1,6 mm (ainda que haja fabricantes que definem o limite aos 2 mm), os problemas começam. Com uma borracha gasta, aumenta o risco de "aquaplaning", perde-se aderência e aumenta consideravelmente o risco de acidente. E nesta altura chegou a hora de substituir os pneus… e com isso começa (ou deveria começar) uma análise atenta aos detalhes presentes na "etiqueta" dos pneus. Só assim poderá fazer a escolha mais acertada.
Resistência. Quanto mais alta é a resistência ao rolamento, maior é o consumo de combustível e maiores vão ser as emissões de CO2. Esta "medida" está especificada mediante letras que vão do A (a mais eficiente) até à G (a menos eficientes). A diferença entre um pneu de classe A e um pneu de classe G pode chegar a ser de 0,5l/100km.
Aderência. O segundo é a aderência a superfícies molhadas. Também se especifica mediante letras que vão do A à G. E numa situação de emergência, uma "classificação" superior pode fazer toda a diferença, ora veja: numa travagem de emergência a 80 km/h, o mesmo carro vai travar 18 metros antes se estiver equipado com pneus classe A ao invés de pneus com avaliação G.
Ruído. É o último parâmetro a determinar a escolha de um pneu, mas não significa que seja menos importante. É um critério que está relacionado com a qualidade de vida, uma vez que os pneus são responsáveis por grande parte do ruído que "sai" de um automóvel. Este critério conta com três classes, representadas por uma onda sonora (nota mais alta), duas ou três (nota mais baixa). Os pneus qualificados como menos ruidosos serão aqueles que produzem um ruído inferior a 68dB, sendo que os mais ruidosos fazem até 74dB.
Informação do pneu. Além da etiqueta que referimos acima, todos os pneus vêm com informações inscritas que nos ajudam a fazer a melhor escolha possível.
O primeiro dos números define as dimensões, que devem ser ajustadas de acordo com as recomendações do fabricante do seu automóvel. No pneu encontrará a seguinte inscrição: XXX/XX R XX (215/60 R 16, no caso do pneu que usámos para ilustrar este exemplo).
Depois, surge a indicação "95W". O 95 é um número correspondente a um índice de carga (que pode ser encontrado em tabelas universais) e o W assinala um código de velocidade que corresponde à velocidade máxima que o pneu em causa permite.
Por fim, é importante ter em atenção outro dado importante, o ano da produção do pneu. Vem identificado com quatro números, sendo que os dois primeiros correspondem à semana e os dois seguintes ao ano. Por exemplo: se no pneu estiver "marcado" 2216, significa que o pneu foi produzido na semana 22 do ano 2016. Este dado é especialmente importante para quem compra pneus em segunda mão.
Até porque nos dias de hoje, com a globalização e com o uso (cada vez mais crescente) da Internet, esta é uma prática que tem vindo a ganhar cada vez mais "adeptos". Ainda assim, as enormes diferenças de preço que existem nas várias propostas que estão disponíveis no mercado não surgem por acaso. Traduzem as diferenças de tecnologia e de produção de cada pneu, e se estes factores não forem analisados ao detalhe, poderá estar a comprar um conjunto de pneus que o irá colocar em perigo.
E lembre-se: uns bons pneus não são um gasto mas antes um investimento, já que são os únicos elementos que unem o seu automóvel ao solo.