A compra de um automóvel é, muitas vezes, uma decisão mais dramática do que feliz para qualquer pessoa, principalmente para quem tem uma carteira menos abonada.
Face ao investimento financeiro que é necessário fazer, os carros seminovos ou usados estão a escalar nas preferências dos automobilistas nacionais em relação aos modelos novos.
Segundo dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), e apenas no que respeita ao mercado de importação de usados, 32518 viaturas ligeiras entraram no nosso país nos primeiros cinco meses deste ano, uma subida de 12,2% em relação ao mesmo de período de 2018.
Em contraponto, foram vendidas cerca de 103 mil unidades novas nesse mesmo espaço temporal, a que corresponde uma descida de 4,7% quando comparada com o ano passado.
Optar por um veículo usado obriga o potencial comprador a estar atento a alguns pontos antes de tomar a decisão final, evitando assim uma carga de problemas.
Um seminovo com menos de três anos pode ser uma solução muito positiva em termos de poupança financeira. E reconheça-se que nem todos os automobilistas estão ansiosos por estrearem um modelo acabado de ser lançado no mercado.
À partida, estes veículos mantêm as características originais e, em termos mecânicos, não apresentam o mesmo desgaste das viaturas usadas com mais idade.
Primordial, no entanto, é solicitar o livro de revisões para verificar as manutenções e reparações que foram feitas. A uma recusa na apresentação do documento, mais vale virar as costas ao negócio.
Importa também saber se é mais racional comprar um veículo usado a um particular ou a um concessionário.
Não é preciso ser um especialista para saber que a compra ao próprio dono pode ser muito arriscado, já que não é simples verificar os possíveis problemas que o carro possa ter.
Mesmo que o preço seja superior, como muitas vezes sucede, a opção por um concessionário é mais consciente, já que a empresa está obrigada a dar uma garantia sobre o carro comprado.
De maneira a ter uma segunda opinião, há sempre a possibilidade de propor ao vendedor para que o carro seja revisto por uma oficina de confiança.
Mesmo nestes casos, no entanto, há aquelas avarias "ocultas" que podem não ser visíveis numa análise mais superficial.
Por fim, verificar se o usado mantém o equipamento original quando foi vendido novo. Não são raras as situações em que faltam alguns elementos no modelo escolhido, podendo o potencial comprador negociar, a seu favor, um preço mais baixo
Infelizmente, a outra face da moeda na compra de um veículo usado ou seminovo regista-se no incremento do envelhecimento do parque automóvel de ligeiros de passageiros
A idade média está já nos 12,6 anos, sem falar na correspondente subida das emissões poluentes e na maior insegurança rodoviária.