Há um novo protótipo no campo do biodiesel: chama-se Mazda2 Bio Concept e é um laboratório rolante para explorar fontes de energia alternativas ao petróleo.
O conceito integra-se na estratégia do construtor nipónico em alcançar, até 2025, a neutralidade carbónica ao longo do ciclo de vida dos seus modelos.
Os primeiros testes foram concretizados no Fuji International Speedway, circuito onde decorreu a prova de resistência Super Taikyu Series Fuji 24 Hours.
A Mazda competiu na classe ST-Q, reservada a veículos não homologados, e onde podem ser inscritas e testadas viaturas experimentais.
Este evento não é apenas uma avaliação às competências dos pilotos e da estrutura da Mazda Spirit Racing Team.
É, antes de tudo, um teste que pode mudar o rumo a seguir no futuro da própria construtora, como é exemplo o Mazda2 Bio Concept.
O citadino experimental é alimentado a biodiesel, produzido a partir de óleos alimentares usados e de gorduras de microalgas.
A servir de base à experiência estão as muitas questões que ainda se colocam à prossecução de uma estratégia automóvel puramente eléctrica.
Recorde-se que a electrificação automóvel foi, em grande parte, impulsionada pelo Acordo Verde Europeu.
O plano estratégico tem como objectivo atingir a neutralidade carbónica até 2050 entre as nações da União Europeia.
As dúvidas que se colocam incidem sobre questões como se a electricidade usada para as baterias é gerada a partir de fontes amigas do ambiente.
E também se os materiais originais utilizados para a produção das baterias são ambientalmente sustentáveis.
"Propomos uma abordagem de múltiplas soluções que permita oferecer diferentes tipos de propulsão, em função das políticas de cada país ou região", refere Akira Marumoto, presidente da Mazda Motor Corporation.
O Mazda2 Bio Concept tem como combustível o Susteo, um biodiesel desenvolvido pela japonesa Euglena.
Consiste numa combinação de petróleo com gorduras de microalgas e óleo alimentar usado, que a Mazda confia ser a chave para a neutralidade carbónica.
Este tipo de gasóleo é criado a partir de biomassa, tais como plantas e microalgas que absorvem dióxido de carbono no seu crescimento.
Significa assim que a quantidade total de CO2 lançado na atmosfera é neutra quando este combustível é consumido por um veículo.
E, ao contrário dos biocombustíveis convencionais, não coloca problemas como a concorrência entre bens alimentares ou a desflorestação.
Outra vantagem é que este biocombustível de próxima geração pode ser usado por automóveis já em circulação, utilizando as infra-estruturas existentes.
A Mazda acredita, firmemente, no contributo que os chamados e-fuels, produzidos a partir de fontes de energia limpas, podem ter na descarbonização da mobilidade, dado que também são 100% neutros em carbono.
O seu desenvolvimento deve desempenhar um papel importante para facilitar a transição para uma mobilidade limpa até 2050, uma vez que podem proporcionar uma redução significativa das emissões de CO2.
Além disso, os combustíveis ecológicos podem ser combinados com os combustíveis convencionais existentes em qualquer proporção, sendo que os irão substituir à medida que o volume de produção aumentar, o que facilitará a sua introdução no mercado.
Os responsáveis pelo desenvolvimento do motor Skyactiv-D da Mazda Spirit Racing Team destacaram a elevada qualidade daquele combustível.
"Pode funcionar bem no Skyactiv-D actualmente existente, no que respeita, por exemplo, à adaptação do sistema de injecção de combustível", explicam os responsáveis pelo desenvolvimento do motor da Mazda Spirit Racing Team.
A insígnia japonesa acredita que, num futuro muito próximo, será possível ver na estrada modelos Mazda com motores Skyactiv-D alimentados a biodiesel.
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