No dia 27 de Julho de 1990 saiu da linha de montagem da Citroën em Mangualde, o último dos 2CV. Foi o epílogo de uma história que começou em 1939, com a criação de um protótipo por André Lefebvre.
Mas com o início da II Guerra Mundial, os 250 protótipos inicialmente construídos foram destruídos e escondidos. Mais tarde, o projecto foi retomado e a forma original arredondada mantida.
Entre Outubro de 1948 e 27 de Julho de 1990, altura em que a última unidade deixou a linha de montagem da fábrica da Citroën em Mangualde, foram produzidas 5 114 490 unidades.
Escusado será dizer que este modelo se tornou um ícone e se afirmou com um dos carros mais facilmente reconhecidos de sempre. Mas nem isso parece fazer a Citroën avançar para uma reinterpretação moderna do 2CV, algo que há muito é pedido pelos fãs da marca gaulesa.
É aqui que entra Martin Hajek, designer holandês que resolveu imaginar aquilo que poderia ser o Citroën 2CV do futuro. Chamou-lhe eCV e transformou-o num automóvel totalmente eléctrico e com tecnologia de condução autónoma.
O formato arredondado foi mantido, mas o visual está mais dramático, fruto das portas circulares, das muitas superfícies em vidro e do longo e esguio capot. Nada foi deixado ao acaso, desde as rodas bastante estreitas, para maximizar a autonomia, até ao painel de instrumentos do interior, marcado por um "look vintage" com um toque de modernidade.
É certo que os mais puristas poderão olhar para este projecto como um sacrilégio, afinal o 2CV atingiu o estatuto de mito. Mas somos obrigados a reconhecer que este desenho conseguiu reunir a essência deste modelo e colocá-la numa "embalagem" bastante mais revolucionária.